O presidente da Câmara de Vila do Bispo Gilberto Viegas enviou ontem uma Carta Aberta ao ministro do Ambiente para mostrar o seu «protesto e desagrado», em relação às medidas que condicionam a pesca lúdica no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
O autarca, no documento enviado ao ministro Nunes Correia, sublinha que «esta parcela de território tem sido sucessivamente alvo de medidas ditas de “ordenamento” e de “regulação” da actividade humana, sem atender minimamente ao elemento principal que aqui habita e trabalha, ou seja, o Homem».
Gilberto Viegas enumera ainda diversas medidas tomadas antes que, na sua opinião, já prejudicaram a economia local, garantindo ser a nova Portaria «mais uma machadada».
Na Carta Aberta a Nunes Correia, o autarca social-democrata pergunta porque é que, naquele «território, em nome de valores naturais, na maior parte dos casos mal avaliados e fundamentados, é sempre o Homem a sair desvalorizado e desfavorecido».
Quer ainda saber qual a razão para as medidas mais negativas serem aplicadas às populações e aos municípios mais desfavorecidos.
O autarca vila bispense quer também saber porque é que, «em nome de que valores naturais, se continua a fustigar e prejudicar tão fortemente a vida e a actividade destas populações, que resistem a emigrar para os grandes centros urbanos, mais parecendo um fatalismo terem nascido ou fixado residência neste território».
O outro motivo de contestação é ainda o facto de as autarquias, que integram o Parque Natural, não terem sido ouvidas quanto à proposta da Portaria publicada no passado dia 5, pois «a pesca foi outrora uma das principais actividades económicas deste concelho e ainda representa a sustentação principal de várias famílias», justificou.
No final da Carta Aberta ao ministro do Ambiente Nunes Correia, Gilberto Viegas pergunta-lhe ainda se este tem noção de que «a forma tecnocrática como as várias normas são elaboradas nos gabinetes, sem audiência aos directamente interessados, se estão a transformar em formas de exclusão social, geradoras do repúdio e mau estar nas populações e de um desvio, cada vez maior e irreversível, da sua identificação com o Parque Natural».
Pedindo também que a nova Portaria «seja suspensa e reavaliada de imediato», o autarca afirma que cabe ao ministro Nunes Correia fazer justiça para com as populações e impor o bom senso, «que há muito tem faltado, [e] que persiste em desprezar a vida humana».
Fonte: barlavento
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