Litoral alentejano - Zonas problemáticas

"Já no Alentejo Litoral, são apontadas seis zonas de risco: faixa entre as praias do Salto e da Ilha (com destaque para Porto Covo e praia do Burrinho), no concelho de Sines; praia do Malhão, zona norte da Praia de Almograve, área entre Almograve e Lapa de Pombas, praia da Zambujeira do Mar, praia do Carvalhal e Azenha do Mar (Odemira)."

Para além da zona de Porto Covo, principalmente a zona que ao que parece intervencionada ou a ser brevemente intervencionada, corresponde a toda a frente da fortaleza de Porto Covo, uma zona que estava abandonada já à alguns anos, mas que finalmente já foi, esta a ser intervencionada. Existe o problema da erosão que tem literalmente cavado a areia abaixo da zona de rocha no topo da falésia.

Já no concelho de Odemira existe uma realidade bastante diferente, motivada pela geomorfologia bem distinta que caracteriza esta costa.

As zonas problemáticas são muitas mais que aquelas que foram citadas, não sendo "catedrático" nestas matérias, tenho alguma sensibilidade pela observação ao longo dos anos que comecei a frequentar esta costa, conhecendo perfeitamente estas arribas, as suas instabilidades, como que diz "risco potencial/risco iminente", mas como tudo o risco existe, se é potencial é porque existe probabilidade, se é iminente idem...

Então percorrendo a zona de costa de norte para sul dentro do concelho de Odemira, facilmente se identificam zonas de risco nas seguintes praias, sendo as mesmas consideradas ou não praias, são frequentadas por pessoas no verão e não só, são elas:

- Praia do Malhão: Com alguma área problemática, nomeadamente a sul da praia junto a ponta do Malhão (zona rochosa).

- Praia da Farol: Com zonas de arriba com probabilidade de queda de pedras.

- Praia das Furnas (sul): Com zonas de arriba com probabilidade de queda de pedras.

- Praia do Brejo Largo: Pouco provável à ocorrência de queda de pedras e arribas devido à pouca altura da arriba e extensão da areia.

- Praia da Foz do Almograve: Pouco provável à ocorrência de queda de pedras ou de arribas devido à pouca altura e características da referida praia por ser uma foz.

- Praia dos Azuleijos: Pouco provável à ocorrência de queda de pedras e arribas devido à pouca altura da arriba

- Praia do Almograve: Na sua extensão total é pouco provável à ocorrência de queda de pedras ou de arribas, devido à pouca altura da arriba, embora se denote alguma erosão considerável na zona das duas bicas na praia principal até à divisão da praia principal (onde está uma enorme rocha a separar as duas praias), existindo alguma erosão considerável.

- Praia da Carraca: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas.

- Praia do Tunel: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas.

- Praia da Arquinha: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas.

- Praia da Zimbreira: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas. É identificável a queda de parte da arriba mais a norte da referida praia.

- Praia da Nossa Senhora: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas. De citar que a meio da referida praia se encontra uma parte de falésia que poderá estar em iminência de queda, uma vez que o topo da falésia se encontra saliente e a sua sustentabilidade se encontra comprometida pela erosão.

- Praia da Zambujeira do Mar: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas. É identificável a iminente queda de uma grande parte da arriba na zona abaixo da Igreja da Zambujeira do Mar, pelas fendas enormes que no topo da referida falésia se identificam. De citar que parte da referida falésia ja caiu à alguma tempo, o que não é impeditivo que os frequentadores da referida praia se mantenham afastados daquele local.

- Praia dos Alteirinhos: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas.


Acesso: Praia de fácil acesso por meio de escada de madeira.

Altura: 40 metros aproximadamente


- Praia da Meia Laranja: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas.

- Praia do Alvoreão: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas.

- Praia do Carvalhal: Praia não problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada numa foz de ribeira e sem falésia com risco iminente de queda senão a norte da referida praia e de pouca altura. Pouca probabilidade de ocorrência de quedas de pedras ou de arribas.

- Praia dos Machados: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas.

- Praia da Amália: Praia com área problemática na sua totalidade, uma vez que se trata de uma praia localizada no meio de uma falésia e com pouca extensão de areal, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas.



Acesso: Praia de razoável acesso por meio de escada de cimento, com alguma dificuldade no final do acesso junto à areia motivado pela erosão marinha que partiu as escadas nessa localização.

Altura: 30 a 40 metros aproximadamente

- Praia de Odeceixe (norte da Ribeira de Seixe): Praia com alguma área problemática embora reduzida na sua extensão, uma vez que se trata de uma praia localizada numa zona com reduzida falésia de uma falésia, embora a parte norte seja caracterizada por uma enorme falésia, o que motiva uma aproximação da base da falésia aquando da preia-mar. Provável à ocorrência de quedas de pedras ou de arribas.

Nota: Seguir-se-ão a colocação de fotos dos locais considerados de risco.




Arrábida: 100 embarcações em protesto

As populações mereçem
mais respeito

Cerca de cem embarcações oriundas de Setúbal, Sesimbra e Arrábida reuniram-se esta manhã no Portinho da Arrábida em protesto contra o regulamento do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida (POPNA).

Com buzinas, faixas e bandeiras pretas, os representantes da pesca profissional, federações desportivas, clubes navais, empresas náuticas e utentes protestaram contra aquilo que consideram ser um conjunto de “medidas disparatadas”, sempre perante o olhar atento de duas lanchas da Polícia Marítima. Mais do que soluções, exigem a revisão do POPNA, pois defendem que sem ela não será possível a existência de actividades comerciais e turísticas sustentáveis.

Diogo Tamen conheceu a Arrábida quando ainda nem sabia falar. Hoje, aos 47 anos, ergue a voz para lutar pela preservação e segurança do local que o viu crescer. “A minha família está ligada à Arrábida há um século. Há 47 anos que estou cá e custa-me assistir de braços cruzados ao continuado desgaste da costa, sem qualquer sentido. Ninguém sabe os resultados da implementação do POPNA. Que resultados teve? Quanto custou? Serviu para quê? Serviu para prejudicar os pescadores de pequeno porte”, afirmou.

Para este adepto da náutica de recreio e sócio do Clube Náutico da Arrábida, o objectivo deste “desfile náutico” é simples. “Queremos chamar a atenção para o resultado das medidas tomadas ao abrigo do POPNA e que se tenha em conta os reais interesses das pessoas que aqui vivem. Para além disso, queremos chamar a atenção para os atentados ambientais que continuam a ser feitos através da extracção de pedra, da indústria cimenteira, de papel e os esgotos. As praias são metade daquilo que eram. Não é a pesca de pequeno porte que dá cabo destes recursos. É a pesca profissional, com os arrastões. Isto dantes estava carregado de santolas. Agora é raríssimo. Este ano só vi duas. Em contrapartida, houve um aumento de tainhas que foi uma coisa extraordinária, que é normalmente um peixe associado à poluição”.

Contudo, a contestação não se esgota no mar. O Parque Natural da Arrábida apresenta vários problemas de acessibilidade, estacionamento, com ausência de zonas pedonais e de acesso a pessoas com mobilidade reduzida, assim como poluição. “O ano passado um miúdo pequeno partiu a cabeça. Para subir a rua e ir buscar o carro demorei muito tempo e para descer foi um problema”, garantiu Isabel Tamen, participante na iniciativa de protesto. Ainda assim, existe um problema mais grave, sobre o qual não foi tomada qualquer medida e que já se arrasta há cerca de 8 anos: as matilhas de cães vadios que destroem a fauna local e constituem um perigo para a integridade da população. “As crianças brincavam de casa em casa. Hoje em dia já não podem porque aparecem matilhas de cães sobre os quais não se tem controlo. É assustador”.

Com maior poder de mobilização. Sesimbra juntou-se ao protesto com o lema “Sesimbra merece melhor. Não a este parque marítimo.

Lino Correia, presidente do Clube Náutico de Sesimbra, garante que esta é uma chamada de atenção “para o mau senso deste regulamento que está contra as pessoas e contra o ambiente”. “Quatro anos depois desta resolução, existe menos algas, menos areia e menos peixe”. Os pescadores são ainda assolados com multas. “Só no fim de semana passado foram 15 multas têm sido as multas. É muito difícil de cumprir o regulamento. Em terra temos uma vedação para marcar o terreno. E no mar, como é que o fazemos? As pessoas podem entrar em incumprimento sem querer ou por questões de segurança e a Polícia Marítima não leva isso em conta”.

Um dos problemas mais visíveis e graves do Portinho da Arrábida é o assoreamento. O que há uns anos se afigurava como o maior areal da costa da Arrábida está hoje reduzido a uma língua de areia. “Nós viemos com um metro de água de profundidade. O assoreamento é um problema grave e ninguém faz nada. As pessoas gostam de ganhar dinheiro, fazer estudos e consultadorias em como semear plantas no fundo do mar”, afirmou Lino Correia. Iremos continuar a lutar. No dia 27 de Setembro os sócios do Clube Naval de Sesimbra irão saber escolher. Não vamos esquecer quem está contra nós”.

Para Augusto Pólvora, presidente da Câmara de Sesimbra, “é bom recordar que este regulamento foi aprovado há 4 anos, quando tinha entrado um Governo com maioria absoluta, arrogante, em estado de graça”. Segundo o autarca, “houve um excesso prejudicial a Sesimbra, que é o porto de pesca mais importante do país ao nível de descargas. Temos 200 pessoas a pescar no parque marítimo. Houve uma redução porque as embarcações com sete metros já não podem lá pescar. Foram prometidos apoios, criação de soluções que de alguma forma pudessem colmatar estas imposições e criar vantagens, e até hoje nada foi feito”.

Apesar de a organização ter ficado satisfeita com a adesão ao protesto, muitos foram os pescadores que não marcaram presença. Do Portinho da Arrábida apenas 3 barcos participaram na iniciativa, fruto do medo de possíveis represálias ou retaliações. “ Para os pescadores, isto é o ganha pão. Eles têm receio, medo porque sentem que a sua vida não se coaduna com o estar em protesto. Tem medo de serem penalizados directa ou indirectamente”, afirmou Augusto Pólvora.

Fonte:
Correio da Manhã

Temperatura dos oceanos bate recorde em Julho


Dados recentes indicam que a temperatura dos oceanos em Julho de 2009 foi 0,59ºC superior à média de 16,4ºC do séc XX, embora no conjunto a temperatura global da Terra tenha sido apenas a 5ª mais quente desde 1880.

Os resultados são do National Climatic Data Center, da National Oceanic and Atmospheric Administration, em Asheville, Estados Unidos e indicam que a temperatura da superfície dos oceanos superou em Julho passado a máxima registada em 1998.

Esta temperatura foi superior em 0,59ºC à média do século XX que era de 16,4ºC. No entanto, a temperatura global da superfície do planeta, considerando não só a temperatura à superfície do mar mas também em terra, não revelou a mesma tendência tendo sido apenas o 5º valor mais elevado desde 1880, quando se iniciaram as medições. A temperatura média global da Terra em Julho de 2009 foi 0,57ºC mais elevada que a média do séc. XX.

O mês de Julho foi entre 2 e 4ºC mais quente que o normal na Europa, África do Norte e em grande parte do Oeste da América do Norte, embora também se tenham registado valores 2 a 4ºC abaixo da média no Sul da América do Sul, zona Centro do Canadá, Este do Estados Unidos e em partes da Ásia.

Fonte: Naturlink

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Pesca Nocturna para breve

Vão sair finalmente os pesqueiros para a pesca nocturna autorizados pelo ICNB, uma vez que estão marcadas reuniões com entidades, nomeadamente;

ANPC - Autoridade Nacional de Protecção Civil
ARH - Autoridade dos Recursos Hídricos
CPS - Capitania do Porto de Sines
CCDR-A - Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo
ICNB - Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade
MA - Município de Aljezur
MO - Município de Odemira
MVB - Município de Vila do Bispo
Secretario de Estado do Ambiente

Espera se que vão de encontro com as espectativas dos amantes da pesca nocturna pelo menos que se autorize algumas localizações que correspondam com as expectativas da prática desta variante de pesca nocturna, que diga se de passagem é das que menos vítimas tem causado na pesca.

Infelizmente mais uma vez as Associações que defendem os interesses dos pescadores lúdicos foram esquecidas para este tipo de reuniões, e mais uma vez poderão estar em risco situações que por falta de desconhecimento destas mesmas entidades poderão resultar em más opções, a ver vamos...

Pelo menos os representantes das populações (Municípios dentro da área do PNSACV) irão estar presentes, menos mal, resta saber se haverá mais lenha para a fogueira ou a água será lançada para colmatar os danos causados anteriormente.