Queda de Arribas/Falésias e a erosão


A costa Portuguesa (incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira) tem a superfície total de 3,000 Km2, verificando-se uma linha de costa total de 1,850 km, sendo que, ao Continente essa referencia é de 850 km e as Regiões Autónomas Dos Açores e Madeira correspondem a 900 km.

Ao longo desta área poderemos encontrar alguns tipos bem distintos de formação geológica da linha que separa a terra do mar, isto é, aquela fronteira que caracteriza o encontro entre a terra e o mar, dunas, praias e falésias. As falésias são sem duvida as que devemos ter mais atenção, pelos perigos que escondem devido à erosão a que estão sujeitas:


Queda por meteorização, é a queda de pequenos fragmentos por acção da erosão, os mesmos perdem a sustentabilidade e caem.

Queda por blocos, é aquela que através de pequenas fissuras em juntas, originadas também pela acção da erosão, e uma vez, chegado ao limite de suporte de peso do bloco, origina a queda

Queda por Desmoronamento, é aquela que através da acção da erosão, provoca a quebra na estrutura inferior da rocha ou sopé da mesma, provocando a falta de sustentabilidade da estrutura e consequente arrastamento da parte superior ou crista.

As causas externas que motivam a queda pela erosão

O impacto das ondas é sem duvida uma das mais significativas, uma vez que causa a erosão no sopé das estruturas, motivando a falta de sustentabilidade das falésias.


Esta rocha esta situada mais à frente da zona entre mares, o que a colocou ali foi sem duvida a erosão, que ao longo de muitos anos fez com que a mesma se libertasse da zona terrestre, a acção das mares e ondulação retirou e desgastou toda a parte que com a mesma caiu, ficando esta enorme estrutura conhecida como peão ou pedra submersa.



As camadas de sedimentação são bem distintas nesta imagem, e com ela a acção que a força do mar exerceu sobre a mesma, escavando parte da estrutura e originando um túnel na mesma.



Através de pequenas fissuras neste exemplo, com o passar do tempo e com a acção da chuva e sol, a fissura vai aumentando consideravelmente até que se surja o desmoronamento desta zona de falésia, motivado essencialmente por entrada de água proveniente das chuvas, que ao longo do tempo vão produzido um "escavar" da estrutura originando o seu desgaste.


A separação e aumento da fissura é bem distinta nesta imagem e irá aumentar consideravelmente até à sua separação definitiva, o que provocará o desmoronamento desta parte da falésia.


Esta falésia é significativamente alta, é fácil prever o que acontecerá quando esta parte ceder.


Um exemplo a seguir, "JUNTA DE FREGUESIA DE ROGIL PELA SEGURANÇA DAS PESSOAS E DOS SEUS BENS".


Um exemplo de queda por meteorização.

Factores forçados

Ondulação e temporais => Com a acção do vento sobre a superfície do mar provoca uma variação descontinuada, propagando-se a grandes distancias, mais conhecida como ondulação, esta variação caracteriza-se pela sua intensidade, distancia, altura, velocidade e período. A ondulação termina quando interfere com a aproximação da linha de costa, e à medida que interfere com o fundo e perde a sua energia, rebenta.

Os temporais estão directamente relacionados com a alternância de diferentes massas de ar, no mesmo local e a sua instabilidade em termos meteorológicos.


Sobreelevação meteorológica => Elevação do nível marinho acima do que é imposto pela maré causado por baixas pressões atmosféricas. Normalmente, associados a baixas pressões verificam-se ventos fortes. Por vezes faz-se a distinção entre sobreelevação estática (que é directamente provocada pela pressão atmosférica) e sobreelevação dinâmica (que é devida ao empilhamento de água junto à costa devido ao vento).

Deficit sedimentar => Segmento litoral com dinâmica , marcada por deriva sedimentar costeira suprido pela actuação dos processos naturais agitação marítima e ventos, por meio da erosão de praias e arribas arenosas, devido à transferência de sedimentos para o campo de dunas.

Variação do nível do mar => Distancia de amplitude entre a Preia mar e a Baixa mar, alterada consideravelmente pelas fases lunares, nomeadamente, lua nova e lua cheia, devido ao aumento considerável das mesmas.

Por outro lado estes factores condicionantes causam sem duvida uma consequência

Erosão => É a destruição do solo e seu transporte em geral feito pela água da chuva, pelo vento ou, ainda, pela acção do gelo, quando este actua expandindo o material no qual se infiltra a água congelada. A erosão destrói as estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que compõem o solo. Estas são transportados para as partes mais baixas dos relevos e em geral vão assorear cursos da água.

Inundação => Pode ser o resultado de uma grande tempestade que deixa cair uma chuva que não foi suficientemente absorvida pelo solo e outras formas de escoamento, causando transbordamentos. Também pode ser provocada de forma induzida pelo homem através da construção de barragens e pela abertura ou rompimento de comportas de represas.

Galgamento => O galgamento de estruturas marítimas é um fenómeno caracterizado pelo transporte de massa de água sobre o seu coroamento ou superfície de contacto, sendo que parte da energia se perde pelo atrito e impacto, outra parte se afasta da estrutura devido ao impacto e a outra parte cai pela estrutura por escoamento.

Perda de superfície por inundação => Acontecem devido a um aumento significativo do nível de água de uma região costeira, e constituem um dos perigos naturais mais comuns que podem afectar as pessoas e os seus bens, a infraestrutura de um determinado local e o meio ambiente. Elas podem ocorrer de várias maneiras e em diferentes ambientes, sendo mais frequentes as inundações provocadas pelos rios, embora possam acontecer também as inundações de zonas costeiras que devido ao assoreamento e intervenção do Homem motivem aquando das mares de grande amplitude esse risco.

Salinização de aquíferos costeiros => Constituem um recurso importante de água doce cuja qualidade tem vindo a regredir consideravelmente nos últimos anos, motivada pela procura acrescida de água, motivada pelo desenvolvimento agrícola, turístico e urbanístico. As explorações intensivas agrícolas de proximidade significativa do mar, onde não existe uma fonte de compensação desta extração por recarga natural ou artificial do aquífero, provoca o avanço água doce - água salgada no sentido dos furos e a sua posterior contaminação.

Rollover de barreiras => Pode ser de avanço em direcção ao mar, avanço em direcção a terra ou de construção vertical e manutenção da forma.

Estas consequências estão ligadas aos impactos na zona costeira

Impactos na zona costeira

Recuo do litoral => O efeito de estufa provoca o aumento da temperatura, provocando um significativo aquecimento global, o que motiva a diminuição dos pólos. O avanço do mar é um facto que ocorre juntamente com a acção da erosão, motivando o significativo recuo da zona litoral.

Destruição de sistemas dunares => São vários os factores que degradam a linha de dunas da nossa costa, sendo todos de acção humana, tais como o pisoteio, motivada pelo aumento do turismo e do crescente contacto com a natureza, aumentando a falta de protecção e a vulnerabilidade das dunas aos agentes erosivos. As edificações sobre as dunas são um factor para o aumento da erosão pois constituem um obstáculo à movimentação constante dos sedimentos que constituem as dunas. Algumas espécies dos sistemas dunares, tais como, chorão e as acácias, contribuem para a redução das espécies endógenas das dunas. Os esporões e molhes, são estruturas que alteram as correntes costeiras, constituem obstáculos ao transporte litoral de areias, aumentando a erosão das praias e consequentemente dos sistemas dunares.

Eliminação de zonas húmidas => As zonas húmidas são dos ecossistemas mais ricos e produtivos do mundo, em termos de diversidade biológica, possuindo grandes concentrações de aves aquáticas, mamíferos, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados. Estes espaços têm associados muitos valores e funções, tais como o controlo de inundações (retendo o excesso de água), reposição de águas subterrâneas, regulação do ciclo da água, produção de biomassa, retenção dos sedimentos e nutrientes, mitigação das alterações climáticas (através da captura de dióxido de carbono da atmosfera e a libertação de oxigénio, com a fotossíntese) e valores culturais, turísticos e recreativos. Além de todos os benefícios expostos, as zonas húmidas são também essenciais na minimização dos problemas ambientais mais significativos, com que nos deparamos hoje em dia: o efeito-estufa e os possíveis efeitos das alterações climáticas e a disponibilidade de água doce.

Fontes:
Gestão Costeira Integrada
Geocaching
Ideias ambientais

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