Pesca Morcêga

Jornada nocturna

Uma jornada com bastante condimento vegetativo oceânico (algas), que era raro o lançamento que não houvesse prisão de algas nos triplos, situação que melhorou consideravelmente na baixa mar, com o recuo da maré a densa camada de algas em suspensão seguiram o mesmo caminho, ficando para lá da rebentação.

As tentativas acabaram por culminar na captura destes três exemplares, ainda houve um sortudo que teve a felicidade de se ter desferrado ao fim de algum tempo.

Ainda fiquei sem a Bakunba 140 que se fixou na pedra e acabou por partir a baixada, mas como se tratava de uma artificial telecomandada regressou ao fim de algum tempo a um caneiro onde a ondulação "espraiava"...

Fundo:
Misto
Maré: Baixa-mar
Multifilamento: Fireline Cristal 0,17 mm
Cana: Vega - Predador 3.30
Carreto: Vega - Regal 40
Artificial: West Lab - Bakuba 140

Universidade do Algarve: Mestrado em Oceanografia

Aceder ao cartaz para aumentar a resolução

Julho: Regresso


O regresso não podia ter corrido de melhor forma...

A companhia foi boa, as capturas foram boas sendo que o regresso aquele tipo de pesca que tantas alegrias nos dá, algumas vezes nem tanto mas é normal, pois estamos a lidar com vários factores que condicionam os êxitos, e quando as condições estão reunidas, com um pouco de sorte se capturam alguns exemplares.

Foi o caso, depois de termos chegado ao local, escolhido pelo Primo, ao fim do terceiro lançamento sai um exemplar "quileiro".


Este é o segundo exemplar capturado, estava a compor-se.


Mas o exemplar da jornada estava para sair 4,800 kg, artificial toca na água por cima de um estrado de pedra onde já lá ficaram algumas, mas desta vez em pouca água a surpresa, um arranque fenomenal, com a agravante do local ter bastante pedra e o receio do multifilamento não aguentar a investida vezes algum toque na pedra.

Alguns momentos depois e já à superfície foi mante-lo com a cabeça fora de água e reboca-lo até bom porto, não fossem os bicos dos ouriços me terem "vazado o pneu ao pé esquerdo" mas nada de grave.


Jornada espectacular Obrigado Primo, pela boleia, jornada, companhia e sensações dias destes ficam marcados

;)

Fundo: Misto
Maré: Baixa-mar
Multifilamento: Fireline Cristal 0,17 mm
Cana: Vega - Predador 3.30
Carreto: Vega - Regal 40
Artificial: Daiwa Saltiga 170

Opinião... Pesca... Futuro...

Tenho uma loja de pesca há 3 anos, conheci e vi o mundo que girava e as hipóteses de negócio e de fazer uma vida em torno deste ramo, sei que os tempos são difíceis para todos os ramos...

Sei que por vezes temos que ter a vida ocupada , e se quisermos ser independentes temos que enveredar por um caminho qualquer, eu enveredei por este, o ano passado idealizei e pus em pratica a loja "online", que funciona acima das minhas expectativas e vende e trabalha, mas para isso acontecer, eu trabalho todos os dias, TODOS!!

Eu compro o que nem sei se vendo e baixo o preço ao culminar de se trabalhar com margens de supermercado, mas esse não é o filme, o filme é que o negocio da pesca está a mudar,e tenho a certeza que num espaço de 10 anos, mais de metade das casas vão fechar, e as que ficarem abertas vão eternamente dever a fornecedores e a pedir dinheiro á Cofidis a 30% ano para pagar o que devem, obrigando os lojistas a ir apanhar robalos para vender de forma a pagar as dividas...

Então...? Algo está mal... Algo não está funcionar no sistema... Exemplo: Uma cana de 100€ dá de lucro ao vendedor uma média de 30 a 35€, não se vendem canas todos os dias, isso é certo, uma amostra dá de ganho 1 a 4 € maximo!! Para arrecadar os 100 € diários de ganho essenciais para pagar as contas, muito se tem que vender!!!

Vendo as coisas por este prisma , eu tenho a certeza que se uma loja não estiver aliada a uma outra actividade não tem hipóteses de sobrevivência, os sites vieram pôr isto em guerra...

Começou com o "Bass n bait", que baixou as margens até ao extremo pois não possuem loja física, estando isento de despesas inerentes assim como a "Alvarez", e levou "n" lojas a não trabalharem com as marcas que esses mesmos sites operam, muitos lojistas (eu, a Maresia e o rui), entramos na jogada e batemos os preços, cada um de nós tem uma marca de eleição, e opera nesse mercado e baixamos ainda mais, sei que muitos lojistas mais idosos se ressentiram, mas acreditem é um ciclo e tudo tem um fim, o vosso e o nosso!!

Mais cedo ou mais tarde aparecerá um site sediado num pais de 3º mundo com preços vindos de lá que arrasarão por completo a venda "online" daqui( europa), mais cedo ou mais tarde aparecerá uma ou duas ou três "mega stores" com um bom "background online" que controlara o país, temos um exemplo, a "Decatlon", veio alterar muita coisa, preços mais baixos em vários produtos assentes numa mão de obra escrava e numa venda directa, evitando intermediários...

Imaginem se isso acontecesse num espaço que comercializa-se marcas de renome, o que seria das casas de pesca tradicionais e regionais, teriam que se converter em pontos de venda de isco e consumíveis rápidos... Vai acontecer, mais cedo ou mais tarde!!

Acho que os importadores tem muito a ver com a situação que se passa, impingem, fazem o trabalho na perfeição, vendem sob campanhas ao lojista assentes ou em "plafonts" de compra ou em quantidade para se atingir um determinado nível de desconto que pode ir até aos 50%, deixando lojistas sem capacidade de compra de lado, pois não podem competir com preços muito baixos, e valorizando lojistas em certas regiões em detrimento de outros.

A realidade é que esses importadores são em parte o "velho do Restelo" que deixa agonizar o sistema que ruirá de uma só vez... Cada vez mais , as representações são entregues ao mais forte, Espanha!!!

E a politica desses meninos , é a seguinte, em vez de termos 300 lojistas no pais inteiro(Portugal) teremos somente nas áreas mais influentes e nas outras nas lojas de renome, acabando por ajudar a matar o pouco que restava, temos o exemplo da "Normark" que exige compras avultadissimas na ordem dos 35.000 € anuais para se atingir o desconto máximo, mas ao meio do ano, lança mais uma ou duas promoções em que o carreto y e o z baixam para metade na compra de 50 unidades do mesmo, o lojista atrapalhado, desejoso de se livrar do stock que já tinha, alinha e não ganha nada!!

Este proteccionismo tem que acabar!! Compete ao cliente final ter a consciência disso e de boicotar essas marcas!!

Havia uma prostituta na minha aldeia que cobrava preços diferentes no seu labor, os primeiros clientes pagavam z, os 5ºs e os 9ºs tinham um preço mais baixo e os últimos pagavam metade...

Com as canas e os carretos é o mesmo, no principio é uma fortuna e passado um ano está a menos de metade, isso tira credibilidade, e faz-nos sentir enganados, eu assim me sinto!!

Quem ganha não sei, mas eu e os meus colegas não ganhamos de certeza, não conheço um único lojista exclusivo de pesca rico, e no entanto vendem-se milhares!!

A solução é a seguinte, os importadores de capital próprio apoiarem e fomentarem a venda dos seus produtos assentes na representação directa assente em comissões de venda, ou em consignações ás lojas.

Corremos o risco de acabar sem material e ter que ir ao "chinês" comprar ou á "decatlon"...

Eu por mim tenho um rumo definido, a loja "online" vai continuar, afinal são 36.000 visitas mensais que rendem alguma coisa, mas sabem...?

Cada "kayak" que alugo rende tanto como uma cana de 120 €, cada vez que vou á pesca com um camone ganho tanto como vendendo um "kayak", e meus amigos lojistas, abram os olhos e parem de ser sub comissionistas do sistema vigente...

Joaquim Lourenço (pescavicentina@gmail.com)

Robalo: Pré - Reprodução

Robalo - Dicentrarchus labrax

Anualmente a fase de reprodução do Dicentrarchus labrax, vulgarmente conhecido como Robalo, coincide com a chegada do Inverno, sendo esta fase caracterizada, por diminuição da temperatura do mar, mares com agitação considerável e mais instável, durante esta várias espécies escolhem para migrarem para águas mais temperadas, outras mantêm-se e algumas outras escolhem esta altura para se reproduzirem, como é o caso do Robalo.

No inicio desta fase reprodutora é normal existir uma concentração da espécie junto à linha de costa, caracterizado pelo “patrulhamento” de grandes cardumes de machos e fêmeas, onde os machos superam em número a quantidade das fêmeas, que em comparação com os machos são de maior porte.

È a fase onde este predador desliga o relógio metabólico (deixando quase praticamente de procurar alimento, apenas tem comportamento competitivo e predatório que tanto o caracterizam e liga o relógio biológico, como que vivendo exclusivamente para esta fase tão importante para a espécie, a sua reprodução e continuidade da espécie nas gerações futuras.

É uma fase onde o poderemos observar com maior frequência nas linhas de costa, no topo anterior à rebentação das ondas, como que a patrulhar a zona anterior à oxigenação provocada pela rebentação da ondulação, terão sempre que incomodados hipótese de entrarem na cortina branca (oxigenação), basicamente é difícil encontra-los refugiados em tocas ou fendas, porque desligaram a sua performance básica de predador nocturno e da sua segurança diurna.

Exemplo de zona de repouso

Depois desta fase de aglomeração de grandes quantidades de exemplares, e fecundação das fêmeas, o seu mecanismo volta a ser ligado, como que se um dispositivo se tratasse, começam a voltar as suas performances de caçador nato em busca de presas para a sua alimentação, uma vez que nesta altura perdem algum peso, principalmente as fêmeas depois da desova, mas facilmente recuperam devido à sua astúcia e agilidade em busca de alimento.

O mecanismo de predador nocturno sobressai, começam a repousar em tocas e fendas no período diurno, estando mais activos na fase do por do sol – noite – nascimento do sol, normalmente ainda numa área não muito dispersa da zona escolhida de desova das fêmeas, que coincide com fundos de areia de granulómetria mais ou menos grossa.

Neste período de Inverno, (mas nem só principalmente no verão com maré mais calmo a água tem tendência a ficar “lusa” ou “vidro”) poderão existir ventos do quadrante sul que limpam completamente a água e o mar pode ser mais calmo, quando tal acontece, o Robalo tem tendência a procurar abrigos tanto em zonas pouco profundas como de profundidade média.

Galeria: Zona com varias entradas/saídas de interior amplo

Os robalos são incontestavelmente os grandes frequentadores de fendas e buracos no substrato submerso, fazem-no porque encontram ai segurança diurna, apesar de ser considerado um predador de topo da nossa costa é uma característica que prima em cumprir para descansar, uma vez que as águas paradas e de temperatura superior lhe dão menos mobilidade para caçar emboscado, para não falar no facto de ser perfeitamente visível no ambiente diurno com mar calmo e sem oxigenação/rebentação de água.

Geralmente as zonas de repouso de robalos são formadas por "lajes" corridas com sub elevações ao nível do fundo, falhas horizontais ou verticais com acesso a galerias que tenham varias saídas ou apenas uma ampla, buracos escuros formados por assentamento de fragmentos rochosos, poderemos encontra-los em repouso em frente ou nas zonas limítrofes arenosas, de cascalho, de fundos de rocha sedimentar (arenitos), principalmente se nessa zona a oferta de alimento é grande, tendem a não se afastar muito desse local.

Em repouso ou "entocados", sentem-se tranquilos nestes esconderijos que poderão ter outros ocupantes tais como sargos e douradas.

Fenómeno costeiro, 06 e 07 Julho 2010


No final do dia 6 de Julho de 2010 o estado do tempo na região sul do continente foi condicionado por uma região depressionária na parte oeste da Península Ibérica que se estendia desde o norte de África e por uma depressão em altitude centrada entre a Madeira e Casablanca, com actividade convectiva no bordo nordeste, sobre o golfo de Cádiz.

A partir do final tarde, desenvolveram-se nesta região células convectivas em deslocamento para norte caracterizadas por fortes correntes descendentes associadas a rajadas à superfície. Esta situação, passou a atingir a costa sul do Algarve a partir das 21 horas locais (20 horas UTC) – Anexo 1, estendendo-se para norte até à região da grande Lisboa, durante a madrugada e princípio da manhã do dia seguinte.

Durante este período registaram-se variações bruscas da pressão atmosférica nas estações costeiras do Algarve (Anexo 2). Na noite do dia 06, salienta-se em Faro a diminuição de 3.7 hPa em 1h40 (entre as 21:00 e 22:40 UTC) e em Sagres a diminuição de 3 hPa em 10 minutos (entre as 21:40 e 21:50 UTC) e de 4.8 hPa em 40 minutos (entre as 22:20 e 23:00 UTC). Igualmente é de salientar na manhã do dia 07 uma variação de 2.5 hPa em 1 hora em Faro (entre 07:20 e 08:20 UTC).

Paralelamente verificaram-se variações do nível médio do mar da ordem dos 30 cm de acordo com as séries de observações maregráficas das estações de Lagos e de Huelva (Anexo 3), coincidindo com alguns relatos efectuados pela população das regiões costeiras do Algarve e Alentejo.

Este fenómeno está a ser investigado pelo IM, I.P., colocando-se a hipótese, numa análise preliminar, de ser um tsunami meteorológico, cujas características se enquadram nas do fenómeno que se verificou. O tsunami meteorológico, é um fenómeno gerado por perturbações atmosféricas. As ondas associadas podem ser originadas por ondas gravíticas atmosféricas, passagens de frentes, linhas de borrasca, entre outros fenómenos atmosféricos.

O tsunami meteorológico é caracterizado pelas mesmas escalas espaço-temporais das ondas associadas a um tsunami de origem sísmica, e podem de forma semelhante afectar zonas costeiras, sobretudo em águas pouco profundas, tais como, baías e portos, apresentando uma forte amplificação e propriedades de ressonância.

- Anexo 1 - Imagem na banda do infravermelho 10.8 micra do satélite Meteosat 9 às 20:00 UTC (21 horas locais) de dia 06 de Julho de 2010
- Anexo 2 - Variação da pressão ao nível médio do mar (Pnmm) entre as 00 UTC de dia 06 e as 12 UTC de dia 7 de Julho de 2010 nas estações de Faro e Sagres
- Anexo 3 - Registo maregráfico do nível médio do mar em Lagos (Fonte: http://www.ioc-sealevelmonitoring.org/map.php?showstation=lgos)

Fonte: Instituto de Meteorologia

Segurança: Desferragem de um exemplar

Um exemplo de um acidente a evitar

Quando se lida com exemplares de risco, sem que as condições mínimas de segurança estejam presentes o resultado pode causar dados...

Neste vídeo, embora o exemplar não seja muito grande, provavelmente contribuiu para um excesso de confiança do pescador e consequente exposição ao risco, o resultado apesar dos gritos terá sido de pânico, mas efectivamente a dentição do "pequeno" exemplar fez danos.

Certamente o pescador terá aprendido com o erro, e para a próxima provavelmente usará:

Grip: Utensílio que se coloca na mandíbula do exemplar de forma a não interagir directamente com o exemplar (membros superiores) possibilitando assim uma segurança reforçada quer ás picadas como às dentadas dos exemplares. Hoje em dia existem vários modelos uns já com balança incorporada facilitando a captura dos exemplares e o registo das capturas.

Outra das características do Grip é possibilitar uma libertação de exemplares capturados ao seu ambiente natural, sem que exista o eterno erro de segurar o exemplar pelas guelras.

Luvas: Facilitam a acção de pesca, são principalmente uma fonte de segurança para prováveis cortes, quer com multifilamentos ou monofilamentos, mas também com a acção de recolha em espécies menos perigosas, apesar de a "alheta" ser uma autentica lamina, as luvas possibilitam uma protecção a estes acidentes.

Alicate: Um utensílio multifuncional que se deve ter sempre à mão, serve para pequenas reparações, para desferragem de exemplares, para pequenos ajustes em acessórios de montagens, anzóis, mas também são uma mais valia para corte de anzóis quando se tem a infelicidade de ter um acidente com os mesmos.