Anzóis


Muito se fala e se há-de continuar a falar sobre anzóis, quanto a mim, talvez um dos mais importantes materiais que compõem o conjunto de pesca, mas pela sua simplicidade talvez seja um dos materiais mais complexos que temos ao nosso dispor.

Os anzóis sendo um dos materiais/peças mais importantes para o nosso êxito, deverá ser escolhido de acordo com alguns factores, tais como:

- Isco a utilizar;
- Local onde vamos pescar;
- Espécie de peixe que se tenciona capturar;
- Disposição de ferragem do peixe;

Existem anzóis de diferentes formas, modelos, cores e tamanhos, embora ambos tenham a mesma particularidade e objectivo, o do êxito das capturas.



Um grande ponto a termos em consideração é a sua conservação, uma vez que o simples contacto com a água salgada os leva a que comecem a deteriorar-se pela ferrugem, como tal, utilizo nas minhas pescas anfíbias as simples caixas dos rolos fotográficos, ou caixas do mesmo tipo mas com tampa de rosca.



Podemos facilmente proceder á construção de um desembuchador, conforme o quadro:



TAMANHOS:

Para facilitar a sua aquisição, os anzóis estão disponíveis por números, sendo eles:

10/0
9/0
8/0
7/0
6/0
5/0
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TERMINAIS:

Os terminais (local onde vamos proceder ao empate com nylon ou multifilamento), podem ser de três tipos, o de argola (utilizado nos pingalins), patilha (vulgar) e cabeça (tipo prego).

Na realidade quando queremos escolher um anzol deveremos ter em atenção:

ANZÓIS DE ASTE COMPRIDA: Estudado principalmente para quem pratica mais a pesca á bóia, sendo que o próprio pescador irá proceder nas ferragens debaixo para cima, este tipo de aste leva a que a mesma sirva de guia vertical.

ANZÓIS DE CARBONO: Economicamente mais dispendiosos dado o seu preço ser mais elevado, significativamente com mais poder de ferragem, já que o bico dos mesmos passa por processos químicos de melhoria do bico, o que leva com que tenham uma maior duração em termos de uso e fiabilidade em termos de bico. São mais leves finos o que leva a que ao os utilizarmos em determinados tipos de pesca os iscos não sejam alterados significativamente. De igual forma por serem mais finos têm um maior poder penetrante e quando usados com iscas vivas melhoram a durabilidade da isca.

ANZÓIS DE TUNGSTÉNIO: Com as mesmas características e fiabilidade dos de carbono.

ANZÓIS BATIDOS: Foram concebidos para se tornarem mais resistentes e suportarem uma relativa maior pressão sobre o mesmo e o peixe, tipo anzol para “caça grossa”.

ANZÓIS DE VÁRIAS BARBELAS: Foram concebidos com um número superior de barbelas, onde na aste poderemos encontrar mais duas ou três, consoante os modelos e marcas. A sua razão de ser é justamente para melhorar e auxiliar de uma forma geral a fixação das iscas no anzol.

ANZÓIS TORTOS: Foram concebidos para aqueles peixes que por vezes tem a tendência pela sua dentição, de nos cortar o fio, neste caso o próprio anzol procede á ferragem de lado, evitando a dentição, por outro lado já os utilizei em dias que o peixe teima em não ferrar bem e com óptimos resultados.

ANZÓIS DE ARGOLA: Foram concebidos para serem empatados a fios muito grossos, muito utilizados pela pesca artesanal e profissional na montagem de aparelhos (grandes lances de cabos com muitíssimos anzóis. São também utilizados na pesca da noite, nomeadamente para safios, moreias. Podem ser empatados também a cabos de aço por exemplo para a pesca da anchova.

ANZÓIS FINOS: São mais leves finos o que leva a que ao os utilizarmos em determinados tipos de pesca os iscos não sejam alterados significativamente. De igual forma por serem mais finos têm um maior poder penetrante e quando usados com iscas vivas melhoram a durabilidade da isca. Tem uma desvantagem, pois poderão partir ou abrir facilmente quando confrontados com um grande exemplar.

Como fazer um desembuchador artesanal:


NOTA: Devemos andar com um desembuchador de anzóis, que serve para retirarmos os anzóis do interior do peixe. Para alem de estarmos logo a pescar novamente, salvaguardamos a possível picada de quem arranja o peixe por descuido, minimizamos o sofrimento do peixe. Se bem que na minha prática normal não retiro os anzóis do peixe para não fazerem sangue, pois os sentidos aguçados do peixe detectam muito facilmente restos e odores de sangue no empate do anzol ou no anzol, se este não for previamente bem lavado após o termos retirado das guelras do peixe, local fortemente irrigado pelo sangue, uma vez que é onde se situa “os pulmões” do mesmo.

Chumbadinha





ENGODOS E TÉCNICA: É uma técnica de grande utilidade e, em muitos pesqueiros de costa, é mesmo a melhor solução, da escolha do pesqueiro aos segredos da pesca.

Hoje em dia é extremamente fácil sabermos com alguns dias de antecedência as condições climatéricas e o estado do mar, utilizando por exemplo o windguru ou o fnmoc, que nos dá uma belíssima previsão de uma semana. Com o mar de ondulação de 1 a 2 m e vento fraco, teremos as condições ideais para realizar boas capturas.

Uma jornada de pesca deve ser iniciada normalmente com uma observação de um local na baixa-mar, para nos certificarmos de que o peixe anda no local. Podemos observar nos laredos se o marisco anda a ser comido pelo peixe nesse locais e podemos observar as zonas de pesca, e as pedras onde vamos pescar, de maré vazia. É uma mais valia conhecermos bem um pesqueiro e essas leituras fazem-se de maré vazia ou com alguma experiência adquirida.