Uma equipa multidisciplinar de investigadores portugueses está desenvolver um sistema inovador de protecção da costa nacional, com estruturas submersas que permitem criar recifes artificiais e a rebentação de ondas adequadas à prática de surf. O projecto consiste na colocação de estruturas submersas junto à costa, com incorporação de multifunções, propícias à criação de ecossistemas marinhos e capazes de provocar o rebentamento das ondas mais longe da costa.
Os investigadores começaram por desenvolver uma estrutura computacional adequada para a propagação de ondas e simulação dos efeitos de refracção, empolamento e rebentação das ondas.
“A onda rebenta na massa de água, chegando à protecção dunar com um potencial energético muitíssimo reduzido, e é provocada uma rotação que lhe dá características para a prática de surf”, explica Antunes do Carmo, que coordenada o estudo, desenvolvido pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Nas estruturas submersas é usado material geotêxtil, que permite fixar plantas, transformando a zona num recife artificial atractivo para os peixes.
Este tipo de estruturas de protecção e valorização da costa tem bons exemplos de aplicação na Nova Zelândia e na costa Este da Austrália, onde uma zona bastante degradada deu lugar a um local procurado para campeonatos mundiais de surf.
A solução em estudo surge em alternativa aos esporões, típicos na protecção da costa portuguesa, mas com “consequências ambientais gravosas”, porque “ao reter as areias na vertente Norte provocam erosões a Sul”, considerou investigador.
“A costa portuguesa tem um manancial de oportunidades que não têm sido aproveitadas e tem sido alvo de remendos para resolver, à pressa, problemas imediatos (de protecção)”, criticou.
Na opinião do especialista em Hidráulica Fluvial e Marítima, “o problema da costa portuguesa advém da falta de um desenvolvimento integrado”.
“Há demasiadas entidades a intervir na zona costeira, o que é muito grave. Tem de haver uma entidade gestora única, para não se promoverem interesses locais”, afirmou.
Antunes do Carmo alertou para o impacto que a previsível subida do nível do mar terá na costa portuguesa, caso não sejam tomadas medidas rápidas de prevenção e reabilitação das zonas mais degradadas. “A previsível subida do nível do mar poderá ter reflexos preocupantes em Portugal. Temos várias zonas que poderão inundar largas centenas de metros, senão quilómetros”, advertiu.
Para que o estudo agora divulgado seja testado na zona a beneficiar é necessário financiamento, não só privado mas também estatal.
Além dos investigadores da FCTUC estão envolvidos no estudo especialistas do IMAR-Instituto do Mar e colaboram o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e o Instituto Superior Técnico.
Fonte: ciência hoje
Os investigadores começaram por desenvolver uma estrutura computacional adequada para a propagação de ondas e simulação dos efeitos de refracção, empolamento e rebentação das ondas.
“A onda rebenta na massa de água, chegando à protecção dunar com um potencial energético muitíssimo reduzido, e é provocada uma rotação que lhe dá características para a prática de surf”, explica Antunes do Carmo, que coordenada o estudo, desenvolvido pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Nas estruturas submersas é usado material geotêxtil, que permite fixar plantas, transformando a zona num recife artificial atractivo para os peixes.
Este tipo de estruturas de protecção e valorização da costa tem bons exemplos de aplicação na Nova Zelândia e na costa Este da Austrália, onde uma zona bastante degradada deu lugar a um local procurado para campeonatos mundiais de surf.
A solução em estudo surge em alternativa aos esporões, típicos na protecção da costa portuguesa, mas com “consequências ambientais gravosas”, porque “ao reter as areias na vertente Norte provocam erosões a Sul”, considerou investigador.
“A costa portuguesa tem um manancial de oportunidades que não têm sido aproveitadas e tem sido alvo de remendos para resolver, à pressa, problemas imediatos (de protecção)”, criticou.
Na opinião do especialista em Hidráulica Fluvial e Marítima, “o problema da costa portuguesa advém da falta de um desenvolvimento integrado”.
“Há demasiadas entidades a intervir na zona costeira, o que é muito grave. Tem de haver uma entidade gestora única, para não se promoverem interesses locais”, afirmou.
Antunes do Carmo alertou para o impacto que a previsível subida do nível do mar terá na costa portuguesa, caso não sejam tomadas medidas rápidas de prevenção e reabilitação das zonas mais degradadas. “A previsível subida do nível do mar poderá ter reflexos preocupantes em Portugal. Temos várias zonas que poderão inundar largas centenas de metros, senão quilómetros”, advertiu.
Para que o estudo agora divulgado seja testado na zona a beneficiar é necessário financiamento, não só privado mas também estatal.
Além dos investigadores da FCTUC estão envolvidos no estudo especialistas do IMAR-Instituto do Mar e colaboram o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e o Instituto Superior Técnico.
Fonte: ciência hoje
5 comentários:
LINDO!!!!
Isto é o que se chama INTELIGÊNCIA!
Se for de facto viável, e ao que parece existem exemplos a funcionar na Nova Zelândia e Austrália, é uma excelente forma de proteger a costa, um verdadeiro 2 em 1, ou 3 em 1, ou muitos em 1!!!
Ricardo Silva
Viva Ricardo.
Muitos em um certamente, agora vamos ver o resto...
A costa de Norte a Sul do Pais cheia de pranchas de surf, bodyboard, kit surf, kayak surf, etc...
E os peixinhos que são incomodados com as pranchas na altura da desova?
Cuidado com os donos da costa...
Just Joke
É uma boa iniciativa que trará investimentos de privados, lá estamos no mesmo problema, privatização de locais ou zonas do pais, porque não estou a ver o Governo financiar isto...
;)
As alterações climatéricas estão ai a médio prazo e as questões resultantes disso começam a surgir, era uma boa politica desde que não seja privatizada.
Abraço.
Boas Fernando,
a costa cheia de pranchas é já uma realidade, acentuando-se cada vez mais.
Estruturas semi-artificiais deste género (fundo semi-artificial, ondas reais) só ajudariam a diminuir o rácio de pessoas na água em cada lugar.
Quanto a investimentos, não é por acaso que os pioneiros são a Austrália e a Nova Zelândia, onde os desportos de ondas assumem uma importância que se pode equiparar à do futebol aqui na Europa, só ultrapassados pelo rugby.
Estou de acordo contigo relativamente aos perigos do investimento privado. De facto volta-se à história das apetências que podem ser geradas para privatizar determinados troços da costa ou "pedaços" de mar.
Fora isso, acho de facto que é uma maneira bastante inteligente para o combate à erosão costeira.
Ricardo Silva
É isso mesmo Ricardo, não sei tanto desses assuntos como tu, mas conheço alguma coisa sobre essas meterias e é outro mundo e espírito os "Soul Surfers" vivem em plena harmonia com a natureza.
;)
Leva a prancha para eu surfar nos Açores ;)
Os Portugueses deviam registar um domínio, já, agora! Antes que seja tarde...
DOMÍNIO PÚBLICO DA ORLA COSTEIRA.
Este e outros projectos vão surgir...Hypercluster...
Mas ATENÇÃO!Agora dizem que não nos sabemos comportar na pesca, amanhã vão dizer que não nos sabemos comportar na praia, nos restaurantes,etc.etc
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