Acta da reunião entre ANPLED e o Exmo. Senhor Secretario de Estado Adjunto, da Agricultura e das Pescas:
- Apresentação da ANPLED e seus objectivos.
Seguidamente foram propostas as seguintes alterações à portaria nº144 e 458-A/2009, ficando aqui também registadas as respostas do Exmo. Senhor Secretário de Estado:
• Proposta da ANPLED: Igualar os limites de capturas entre embarcações de recreio e marítimo turística.
Resposta: A actividade marítimo turística por ser uma actividade comercial, deve ter carácter de excepção.Não nos pareceu haver muita vontade de mudar a legislação nesta matéria.
• Proposta da ANPLED: Liberação do uso de bicheiro nas embarcações de recreio.
Resposta: Da parte deste Ministério da Agricultura e das Pescas não há qualquer tipo de impedimento ao uso de bicheiro, contudo, foi-nos dito que esta foi uma imposição do Ministério do Ambiente, não sendo espectável uma alteração de posição desse.
• Proposta da ANPLED: Revisão da medida mínima em algumas espécies, nomeadamente do Sargo.
Resposta: As medidas mínimas são impostas pela União Europeia sendo as mesmas fundamentadas em estudos científicos.
• Proposta da ANPLED: Período de defeso do sargo no PNSACV extensivo à pesca profissional.
Resposta: O Ministério da Agricultura e das Pescas não tem competência para interferir na zona de intervenção do PNSACV tendo no entanto competência para definir períodos de defeso para a pesca profissional.
Apesar disso, fomos informados, que segundo estudos do IPIMAR, o sargo não é uma espécie ameaçada pelo que, segundo o Exmo. Secretario de Estado, o defeso não faz sentido, devendo vir a ser cancelado na área do PNSACV.
Ficou também claro que o defeso foi imposto por sugestão do " Manifesto pela pesca – Uma contestação responsável", obvia má interpretação desse documento, que sugeria o defeso desta e da espécie robalo, para lúdicos e profissionais.
Nesse documento," Manifesto pela pesca – Uma contestação responsável" pode-se ler no ponto 3 e transcrevemos, para que se afastem quaisquer dúvidas:
3 - Assegurar que o período reprodutivo para cada espécie se realize com a menor perturbação possível, impondo um período de defeso para as espécies consideradas ameaçadas, a aplicar sem excepções pelos pescadores lúdicos, pelos pescadores desportivos em competição e pela pesca comercial/profissional.
Estes períodos de defesos, devem ser baseados em estudos técnico-científicos credíveis, nomeadamente com base em artigos científicos nacionais e internacionais com arbitragem, ou em relatórios técnicos de reconhecida idoneidade.
Assim sendo, propomos o estabelecimento destes períodos de defeso:
Proposta de período de defeso para espécies ameaçadas
Robalo-legitimo: Dicentrarchus Labrax 1 Dezembro a 28 Fevereiro
Ferreira: Lithognathus mormyrus 1 Junho a 31 Agosto
Sargo: Diplodus sargus 1 Janeiro a 31 Março
• Proposta da ANPLED: Autorização da pesca nocturna nas praias concessionadas.
Resposta: As concessões são validas 24h por dia. Será difícil alterar pois, foi-nos argumentado que os pescadores durante a noite deixam anzóis na areia, podendo ser perigoso para os banhistas que durante o dia frequentam essas praias.
• Proposta da ANPLED: Sinalização das praias concessionadas e período de concessão.
Resposta: É possível.
• Proposta da ANPLED: Aumentar o limite do nº de anzóis na pesca a grande profundidade ( >200mt ).
Resposta: É possível.
• Proposta da ANPLED: Autorizar o uso de cana, na pesca com toneiras e/ou palhaços ( Portaria nº144 Artº2º alínea r ).
Resposta: Não há qualquer tipo de impedimento pois trata-se de um problema de redacção. É possível alterar.
• Proposta da ANPLED: Isenção do pagamento da licença para os reformados, jovens e deficientes.
Resposta: Apesar de entenderem que o custo da licença não é relevante, é possível alterar.
• Proposta da ANPLED: Que seja permitida a apanha lúdica a todos os cidadãos nacionais na área do PNSACV.
Resposta: Mais uma vez nos foi dito que esta matéria não é da competência deste Ministério. Disse-nos também o Exmo. Sr. Secretario de Estado que na sua opinião esta regra é inconstitucional mas que houve parecer contrário por parte do Ministério do Ambiente.
Outros assuntos abordados:
Relativamente à pesca artesanal / profissional foi-nos dito que as redes só podem colocadas a 1/4 de milha da costa e os aparelhos não têm limite de distância, contudo, ambas as artes, têm obrigatoriamente de estar balizadas e com reflector de radar, facto que como sabemos, raramente acontece. Devemos nós pescadores lúdicos denunciar todas as irregularidades verificadas na opinião do Exmo. Senhor Secretário de Estado….
Relativamente a outros temas relacionados com o PNSACV que estavam na nossa agenda, não obtivemos resposta, pois estas matérias foram sempre remetidas para o Ministério do Ambiente.
O Exmo. Senhor Secretário de Estado mostrou-se disponível para receber a ANPLED sempre que necessário, desde que " com propostas concretas ".
Face a isto, agradecemos a disponibilidade e sublinhamos o facto de o propósito desta reunião ter sido fundamentalmente apresentar a ANPLED.
Finalmente a ANPLED comprometeu-se a entregar um documento que expresse todas estas preocupações, argumentando as suas razões, bem como a indicar sugestões que melhorem o exercício da actividade dos pescadores lúdicos.
A ANPLED está convicta que esta reunião foi o primeiro passo para que futuramente a convicção dos pescadores possa ter “ouvintes”.
Estamos certos que a Secretaria de Estado do Ambiente nos vai receber, audiência que solicitámos atempadamente, para nos responder a tudo que ficou transportado desta reunião e sem resposta como podem entender.
Fonte: ANPLED
- Apresentação da ANPLED e seus objectivos.
Seguidamente foram propostas as seguintes alterações à portaria nº144 e 458-A/2009, ficando aqui também registadas as respostas do Exmo. Senhor Secretário de Estado:
• Proposta da ANPLED: Igualar os limites de capturas entre embarcações de recreio e marítimo turística.
Resposta: A actividade marítimo turística por ser uma actividade comercial, deve ter carácter de excepção.Não nos pareceu haver muita vontade de mudar a legislação nesta matéria.
• Proposta da ANPLED: Liberação do uso de bicheiro nas embarcações de recreio.
Resposta: Da parte deste Ministério da Agricultura e das Pescas não há qualquer tipo de impedimento ao uso de bicheiro, contudo, foi-nos dito que esta foi uma imposição do Ministério do Ambiente, não sendo espectável uma alteração de posição desse.
• Proposta da ANPLED: Revisão da medida mínima em algumas espécies, nomeadamente do Sargo.
Resposta: As medidas mínimas são impostas pela União Europeia sendo as mesmas fundamentadas em estudos científicos.
• Proposta da ANPLED: Período de defeso do sargo no PNSACV extensivo à pesca profissional.
Resposta: O Ministério da Agricultura e das Pescas não tem competência para interferir na zona de intervenção do PNSACV tendo no entanto competência para definir períodos de defeso para a pesca profissional.
Apesar disso, fomos informados, que segundo estudos do IPIMAR, o sargo não é uma espécie ameaçada pelo que, segundo o Exmo. Secretario de Estado, o defeso não faz sentido, devendo vir a ser cancelado na área do PNSACV.
Ficou também claro que o defeso foi imposto por sugestão do " Manifesto pela pesca – Uma contestação responsável", obvia má interpretação desse documento, que sugeria o defeso desta e da espécie robalo, para lúdicos e profissionais.
Nesse documento," Manifesto pela pesca – Uma contestação responsável" pode-se ler no ponto 3 e transcrevemos, para que se afastem quaisquer dúvidas:
3 - Assegurar que o período reprodutivo para cada espécie se realize com a menor perturbação possível, impondo um período de defeso para as espécies consideradas ameaçadas, a aplicar sem excepções pelos pescadores lúdicos, pelos pescadores desportivos em competição e pela pesca comercial/profissional.
Estes períodos de defesos, devem ser baseados em estudos técnico-científicos credíveis, nomeadamente com base em artigos científicos nacionais e internacionais com arbitragem, ou em relatórios técnicos de reconhecida idoneidade.
Assim sendo, propomos o estabelecimento destes períodos de defeso:
Proposta de período de defeso para espécies ameaçadas
Robalo-legitimo: Dicentrarchus Labrax 1 Dezembro a 28 Fevereiro
Ferreira: Lithognathus mormyrus 1 Junho a 31 Agosto
Sargo: Diplodus sargus 1 Janeiro a 31 Março
• Proposta da ANPLED: Autorização da pesca nocturna nas praias concessionadas.
Resposta: As concessões são validas 24h por dia. Será difícil alterar pois, foi-nos argumentado que os pescadores durante a noite deixam anzóis na areia, podendo ser perigoso para os banhistas que durante o dia frequentam essas praias.
• Proposta da ANPLED: Sinalização das praias concessionadas e período de concessão.
Resposta: É possível.
• Proposta da ANPLED: Aumentar o limite do nº de anzóis na pesca a grande profundidade ( >200mt ).
Resposta: É possível.
• Proposta da ANPLED: Autorizar o uso de cana, na pesca com toneiras e/ou palhaços ( Portaria nº144 Artº2º alínea r ).
Resposta: Não há qualquer tipo de impedimento pois trata-se de um problema de redacção. É possível alterar.
• Proposta da ANPLED: Isenção do pagamento da licença para os reformados, jovens e deficientes.
Resposta: Apesar de entenderem que o custo da licença não é relevante, é possível alterar.
• Proposta da ANPLED: Que seja permitida a apanha lúdica a todos os cidadãos nacionais na área do PNSACV.
Resposta: Mais uma vez nos foi dito que esta matéria não é da competência deste Ministério. Disse-nos também o Exmo. Sr. Secretario de Estado que na sua opinião esta regra é inconstitucional mas que houve parecer contrário por parte do Ministério do Ambiente.
Outros assuntos abordados:
Relativamente à pesca artesanal / profissional foi-nos dito que as redes só podem colocadas a 1/4 de milha da costa e os aparelhos não têm limite de distância, contudo, ambas as artes, têm obrigatoriamente de estar balizadas e com reflector de radar, facto que como sabemos, raramente acontece. Devemos nós pescadores lúdicos denunciar todas as irregularidades verificadas na opinião do Exmo. Senhor Secretário de Estado….
Relativamente a outros temas relacionados com o PNSACV que estavam na nossa agenda, não obtivemos resposta, pois estas matérias foram sempre remetidas para o Ministério do Ambiente.
O Exmo. Senhor Secretário de Estado mostrou-se disponível para receber a ANPLED sempre que necessário, desde que " com propostas concretas ".
Face a isto, agradecemos a disponibilidade e sublinhamos o facto de o propósito desta reunião ter sido fundamentalmente apresentar a ANPLED.
Finalmente a ANPLED comprometeu-se a entregar um documento que expresse todas estas preocupações, argumentando as suas razões, bem como a indicar sugestões que melhorem o exercício da actividade dos pescadores lúdicos.
A ANPLED está convicta que esta reunião foi o primeiro passo para que futuramente a convicção dos pescadores possa ter “ouvintes”.
Estamos certos que a Secretaria de Estado do Ambiente nos vai receber, audiência que solicitámos atempadamente, para nos responder a tudo que ficou transportado desta reunião e sem resposta como podem entender.
Fonte: ANPLED
22 comentários:
Pela primeira vez leio com muito gosto algo de positivo, quer por parte do Min Agr. e Pescas, quer pela ANPLED.
Registo outras opiniões no sentido de que o PNSACV e o Min do Ambiente impõe restrições sem justificação científica.
Mantenho a convicção de que o ICNB e o Min do Ambiente insistem, como os teimosos, ou andam a brincar aos parques naturais, em qualquer das hipóteses devem ser corridos daqui para fora porque se tornaram os piores inimigos do ambiente, ao bricarem com coisas sérias.
Bom trabalho.
O primeiro objectivo da ANPLED, ser o interluctor principal junto do governo em representação dos pescadores lúdicos, está conseguido. Parabéns aos orgãos dirigentes da referida associação.
Sugiro que para se ser sócio da associação se ponha a malta a empatar um anzol para se ver quem é de facto pescador. Porque ao que vejo a actividade lúdica de alguns dos aspirantes a associados, que se dizem pescadores, é dizer cobras e lagartos do governo.
Um abraço ao Oceanus,
Com franqueza!
Desculpe lá este último anónimo de 16 de Junho, mas do seu estilo no que disse,logo transparece que está a favor do Governo.
Se assim não fora, não começava por criticar os aspirantes a... que só querem dizer cobras e lagartos do Governo.
Eu raramente vou à pesca, e critico o Governo pelas estúpidas restriçoes que através do Min do Ambiente e ICNB acabaram por ser impostas nas tais Portarias aos pescadores lúdicos.
Se VOCÊ ACHA MAL QUE SE DIGA COBRAS E LAGARTOS DO GOVERNO É PORQUE FAZ PARTE DELE ou está com ele, e portanto, quem se exclui dessa justa luta é você e seria bom que tivesse tento nessa língua e fosse prestar apoio aos seus amigos do governo e do ministério.
Amigos, este é o estilo dos "submarinos" que procuram dividir e se vendem por um prato de lentilhas, e cujo critério para entrar na luta, é se sabe ou não, dar o "nó de pescador ou marinheiro" e não a justeza e a inteligência na crítica.
Cuidado ANPLED, não se deixem adular por gente desta e REFRESQUEM CONSTANTEMENTE A VOSSA LEGITIMIDADE CONSULTANDO AS BASES, pois que quando cederem gratuitamente vão ser contestados e vaiados na rua e sentirão o sabor amargo da traição.
A ver vamos e, de resto, já perceberam que há princípios em que nunca poderão ceder, sob pena de verem surgir manifestações de repúdio que vos apagam.
A ANPLED pertence aos sócios, mas só representará todos os pescadores lúdicos, quer saibam, quer não saibam "empatar um anzol", quando todos, MAS TODOS, estiverem de acordo ou pelo menos uma esmagadora maioria e isso ultrapassa a singela ou simplista ideia que agora quem manda somos nós e quem não for sócio que se cale...
Sejamos razoáveis e dispensemos a emulação do governo, pelo menos em arrogância!
Em resposta ao anonimo anterior, quero lhe dizer o seguinte: o seu grande empenho na causa sem ser grande pescador ("eu raramente vou à pesca") demonstra o que referi, o seu interesse é outro, é derrubar o governo. Seja junto dos pescadores, dos professores, dos médicos, dos juízes ou de outros quaisquer. Quem o mandou para este movimento foi o partido, foi? A nossa luta é pela pesca! A política para os políticos. (pela defesa da horra agradeço que este comentário seja publicado).
Como é óbvio, só poderemos estar de acordo com o que saiu da reunião.
Como é claro, e só não vê quem não quer ou não pretende ver, que a ANPLED faz o que pode para que a pesca lúdica em Portugal seja fundamentada e organizada dentro que questões cientificas e de acordo com a liberdade de todos os pescadores lúdicos que de norte a sul do pais partilham esta actividade.
O grande problema reside ai mesmo, no Ministério do Ambiente, na falta de dialogo e nas medidas tomadas restritivamente unicamente para defender interesses de particulares ou de associações com fins monetários (mariscadores) como é o caso dos perceves, um recurso que se esta em risco, deverá ser avaliado e não apenas se restinguir a apanha a todos os cidadãos nacionais que poderiam desfrutar de um recurso que pertence a todos e não a um cento de pessoas que literalmente não os defendem e apenas fazem dele o ganha pão, sem olhar a medidas mínimas ou pesos permitidos.
Ambiente, mas que ambiente é este em que todos vivemos?
O ambiente em portugal só serve para sugar coimas, fazer restrições à liberdade das pessoas e alimentar-se de fundos comunitários sem que nada façam nos locais onde tem mais força os parque naturais, e como é óbvio defender o interesse de particulares fechando os olhos a toneladas de betão, a litros de pesticidas, a qualidade de águas duvidosas que entram todos os dias mar a dentro, etc.
Abraço e obrigado pelo comentário.
Felizmente alguém reconhece o trabalho e a essência da ANPLED.
Não é necessário fazer testes de empatar os anzóis, pois também existe no mercado anzóis já empatados, e os associados nem precisam de ser necessariamente pescadores lúdicos, as questões contra o governo são de outra atmosfera, para isso todos os pescadores lúdicos sabem o que se tem feito pela pesca lúdica, não é necessário estar a relembrar...
Abraço caro amigo.
Eu também já raramente vou à pesca, e critico o Governo, em especial o Ministro do Ambiente pelas estúpidas restrições e in-fundamentadas que através do ICNB acabaram por ser impostas nas tais Portarias aos pescadores lúdicos, mas não foram só esses, existe uma abertura só que o problema é mesmo o Ambiente, aquele que tudo restrinja (pesca lúdica somente), nada faz e tudo permite.
"A ANPLED pertence aos sócios, mas só representará todos os pescadores lúdicos, quer saibam, quer não saibam "empatar um anzol", quando todos, MAS TODOS, estiverem de acordo ou pelo menos uma esmagadora maioria e isso ultrapassa a singela ou simplista ideia que agora quem manda somos nós..."
Ninguem manda nem quer mandar, pelo menos a ANPLED não tem isso em mente, quer apenas ajudar no que esteja ao seu alcance por uma pesca lúdica mais justa e menos restritiva.
Grande abraço e obrigado pelo comentário.
Como não se identificam é dificil perceber alguma coisa disto, eh, eh, eh.
"A nossa luta é pela pesca! A política para os políticos."
Estamos a falar de duas coisas bem distintas.
Pesca e Politica, como isto é um blog relacionado com pesca, fala-se de pesca, mas como é óbvio existem coisas incontornáveis e quem nos restringiu inúmeras coisas?
A politica fala-se nas urnas.
Grande abraço e vamos mas é à pesca!
;)
“... o sargo não é uma espécie ameaçada pelo que, segundo o Exmo. Secretario de Estado, o defeso não faz sentido, devendo vir a ser cancelado na área do PNSACV.”
O sargo pode até nem ser uma espécie ameaçada, mas lá que vão sendo cada vez menos e mais pequenos...lá isso vão !
Cumprimentos,
Mário Pinho
O último comentário de Mario Pinto poderá ser considerado uma crítica velada quanto à posição do Min da Agric e pescas no tocante ao sargo:«O sargo pode até nem ser uma espécie ameaçada, mas lá que vão sendo cada vez menos e mais pequenos...lá isso vão !
Esperemos que não seja isso e que a culpa de os sargos serem cada vez mais pequenos não seja assacada aos pescadores lúdicos ou que se aceite isso como uma desculpa para a posição ou justificação do MAOTDR/ICNB e PNSACV em matéria de Portarias.
Finalmente, gostaria de dizer face ao anónimo que me acusa de querer derrubar o governo e para sossego de todos vocês, não dele, porque esse será um caso perdido em matéria de segundos sentidos ou extrapolações idiotas como já demonstrou com os seus comentários a partir do que afirmei:
Não pertenço nem milito em qualquer partido político.
Não recebo ordens de ninguém e sou um cidadão livre.
Quando estiver no Algarve e enquanto esses territórios forem portugueses e se me apetecer vou pescar ou fazer de conta...
Não estou interessado em derrubar o Governo chefiado pelo Senhor Eng.º Sócrates, nem sou pessoa para me agachar, nem perante ele, nem perante ninguém.
O sr. Eng.º Sócrates anda é muito distraído com os seus ministros e secretários de Estado e não tem cuidado de assegurar justiça aos pescadores lúdicos.(isto, acho eu, mas se calhar estou errado)
Se os pescadores lúdicos acharem que estão a ser bem tratados pelo Governo e bem assim por toda a fileira da governação até ao director do Sul do PNSACV, façam o favor de serem coerentes e de votar no PS e agradeçam-lhe ainda
terem sido recebidos e de todas as reivindicações haverem sido atendidas e as que foram recusadas, essas, o foram, seguramente, com sentido patriótico e com razões que os pescadpres lúdicos (coitados! pouco esclarecidos) não conseguiram descortinar.
Por tudo isto, não consigo recomendar o voto em nenhum outro partido, porque se calhar não há outro em quem votar...
Desculpem a ironia, mas sucede que ninguém me conhece e eu não vou fazer sombra a ninguém.
Obrigado.
Mário Pinho.
"O sargo pode até nem ser uma espécie ameaçada, mas lá que vão sendo cada vez menos e mais pequenos...lá isso vão !"
Terei de concordar com o amigo.
Abraço.
Caro Anónimo de 19 de Junho
De acordo com o estudo “Caracterização da pesca recreativa de costa do Sul de Portugal” elaborado pela Faculdade de Ciências do Mar e Ambiente da Universidade do Algarve, as capturas estimadas de sargo pela pesca recreativa, de Agosto de 2006 a Julho de 2007, na área abrangida pelo estudo, são de 82,5 toneladas. Se este valor de capturas for real, somos forçados a concluir, por muito que isso nos custe, que a pesca recreativa não é inócua para a sustentabilidade do sargo, no Sul de Portugal. Neste sentido, as restrições impostas à pesca recreativa do sargo no PNSACV poderão, eventualmente, justificar-se. O que me parece injustificável é excluir a pesca profissional do cumprimento daquelas restrições.
Abr.
Mário Pinho
Caro amigo.
Desde à muitos anos pesco nesta costa, já vi mais peixe, bastante, numa altura em que pouca gente se via no mar, a costa era deserta de 2ª a 6ª porque ninguém pescava, as condições de mar eram nulas, chegávamos a ter 2 a 3 meses de maresias e agua barrenta, por outro lado as praias estavam cheias de golfo - laminárias, o Russel tinha acabado de se implementar nesta area com o seu projecto de hortocultura intensiva (alias como todos os outros o tem feito ate aqui) o que aconteceu entretanto?
Mais gente para a linha de costa.
Mais poluição.
Mais pressão na pesca profissional.
Mais aquecimento de aguas e temperatura.
Alterações climatericas.
Alterações de mar.
Desaparecimento de fauna e flora.
Etc, etc, etc
O serem mais pequenos não espanta, pois bem à pouco tempo tivemos um defeso que que os pescadores lúdicos não capturaram sargos, enquanto os profissionais em plena desova da espécie capturavam as centenas de kg com redes em locais proibidos, houve fiscalização? Isto tem lógica?
Agora não apanham nada, arrasaram literalmente com a mama dos euros como tem sucedido com os perceves a espécie, até que alguns locais se establecam vai um tempo grande. Por outro lado as espécies no mar não permanecem sempre no mesmo local, tem ciclos e passagens, vão ao sabor das correntes, águagens, comedias, temperaturas, etc.
MAOTDR/ICNB e PNSACV por mim eram extintos e já, o que tem feito?
Que beneficio tem dado ao pais? Aos residentes das áreas colocadas em quarentena?
Qualquer um fazia o que faz essa gente, basta ter um território e proibir fazer isto e aquilo, o resto é ver passar o relógio, não se gasta dinheiro, não se faz nada, e assim vivem centenas de funcionários deste Ministério e Instituto à conta dos portugueses que são roubados por leis sem nexo emanadas semanalmente como se de um jogo de ténis se tratassem, etc.
"O sr. Eng.º Sócrates anda é muito distraído com os seus ministros e secretários de Estado e não tem cuidado de assegurar justiça aos pescadores lúdicos.(isto, acho eu, mas se calhar estou errado)"
Não me parece de todo que esteja errado, mas como diz uma celebre frase:
"Não olhes com desprezo os outros quando estas lá em cima, porque podes encontra-los no caminho quando estás a descer"
Como pescador lúdico não acho que o Ministério do Ambiente, ICNB (incluíndo como é obvio o seu director do PNSACV e presidente, esteja a tratar bem os cidadãos, nem em torno das politicas ambientais, nem no bate pé pescadores lúdicos, mas se por causa de lobbys e de uma centena de mariscadores continuam a não ceder, só existe uma alternativa...
"Desculpem a ironia, mas sucede que ninguém me conhece e eu não vou fazer sombra a ninguém."
Infelizmente, porque até concordo com as suas ideias, claro está que até poderia colocar um heterónimo como o Fernando Pessoa ;)
Grande abraço e obrigado pelo comentário.
Caro Mário Pinho.
Entre Agosto de 2006 e Julho de 2007, o esforço de pesca total estimado foi de 705 235 horas de pesca, correspondentes a 166 430 saídas de pesca, com uma duração média de 4,7 horas. Foram inventariadas 48 espécies de peixes ósseos, pertencentes a 22 famílias. A família Sparidae foi a mais importante, representada por 16 espécies de peixes, que constituíram 78% das capturas totais em número, e 75% em peso. As espécies mais capturadas foram o sargo-legítimo Diplodus sargus (44%), safia Diplodus vulgaris (14%) e boga Boops boops (8%). Com base nestes resultados, estimou-se terem sido capturadas cerca de 160 toneladas de peixes (788 048 ind.), das quais apenas 147 toneladas (589 132 ind.) foram retidas (não rejeitadas).
Em termos gerais, as capturas (excluíndo rejeições) da pesca recreativa de costa apenas representaram 0,5% dos desembarques oficiais da pesca comercial, relativamente às espécies em comum. Entre as espécies mais importantes, apenas no sargo-legítimo, peixe-porco, e baila, as capturas estimadas apresentaram algum relevo, comparativamente aos desembarques registados na pesca comercial, apesar de em nenhum caso as capturas recreativas terem superado os desembarques comerciais.
Por outro lado este estudo varreu 1/3 de portugal desde Vila Real de Santo António a Sines, curiosamente a zona de portugal mais rica e com mais pescadores lúdicos que se dedica única e exclusivamente à pesca do sargo.
Por outro lado na comparação com a pesca comercial não vejo lá referencia aos robalos e são sem duvida alguma ás toneladas capturados.
Abraço.
"Eu não sou eu nem o outro,
sou qualquer coisa de intermédio,
pilar da ponte de tédio
que há entre mim e o outro".
Citado de mem´ria e sem rigor absoluto.
Fernando Pessoa.
Amigo Sargus,
Esta sua citação está muito boa e oportuna:
«"Não olhes com desprezo os outros quando estas lá em cima, porque podes encontra-los no caminho quando estás a descer".
Não sei se tão sábia citação é de António Aleixo, mas se não for dele será certamente um aforismo popular o que continua a ser tb sábio.
O que me preocupa é que a ponte que devia existir entre governates e governados, é uma "ponte de desprezo" e se existe algum diálogo, esta não é uma ponte de diálogo, mas uma "escada" de corda atirada por conveniência e "para inglês ver", e pronta a ser sacudida.
Por isso, esses finórios, quando descerem terão que descer com toda a "entourage" feita de funcionários e "técnicos" sem coluna vertebral.
Espero que nenhuma dessas "enguias" escape, a rede a lançar tem de ser metálica e de malha fina...
Pode demorar, mas eles cairão quando chegar a hora.
Obrigado.
Este seu Fernando Pessoa renascido noutro heterónimo.
Caro Fernando,
É verdade que o estudo da Universidade do Algarve conclui que as capturas da pesca recreativa de costa, do sul de Portugal, apenas representaram 0,5%dos desembarques oficiais da pesca comercial.
Mas atenção: isso não nos permite afirmar que as capturas de sargo pela pesca recreativa correspondem também a 0,5 % das capturas levadas a cabo pela pesca comercial. Esse valor pode ser muito superior. O facto do estudo em causa não apresentar dados quantitativos sobre as capturas de sargo pela pesca comercial, impede qualquer comparação objectiva dos efeitos de ambos os tipos de pesca naquela espécie.
Julgo que a pesca recreativa, que inclui também a pesca submarina, terá a sua quota parte de responsabilidade no estado a que as coisas chegaram no PNSACV, no que ao sargo diz respeito (sublinhe-se que me refiro apenas ao sargo). Outras causas, quiçá mais importantes, contribuem certamente para o declínio daquela espécie (pesca comercial, libertação para o mar de fertilizantes agrícolas, desaparecimento das laminárias, etc.). O que ninguém sabe ao certo é qual o impacto, por si só, de cada uma dessas causas. De todas elas, a pesca recreativa é a única fácil de controlar e disciplinar. Daí que os pescadores lúdicos acabem por ser o bode expiatório deste problema ambiental que é o declínio progressivo do sargo no PNSACV.
Um abraço,
Mário Pinho
Viva caro amigo.
Também não sei se é citação de António Aleixo., mas que é uma frase que se enquadra com muitas coisas é.
Essa ponte não existe, e se existe alguma coisa é a lar corda da salvação, o poder é mesmo uma coisa completamente absurda.
Essa dos técnicos é outra, pois são tantos e tão poucos que são como uma praga, será necessário "exterminar" para que não rebente novamente.
Abraço caro Heterónimo.
;)
Obrigado uma vez mais pelo comentário.
Caro Mário, mais logo ninguém pode fazer nada, os lúdicos é claro, claro é também que todos nos conseguimos achar uma solução em tudo.
Nenhum estudo pode ser um mar de rosas neste oceano, nem todos os estudos serão fiáveis, até pelos critérios abordados nunca poderão ser comparativos entre a pesca lúdica e a pesca comercial.
Mas já agora gostaria de saber onde estão os sargos em declínio? Até poderei comprovar que talvez não será bem assim...
Daí que os pescadores lúdicos acabem por ser o bode expiatório deste problema ambiental que não é apenas o sargo é tudo...
Um abraço
Caro Mário Pinto,
Obrigado pelo esclarecimento quanto ao estudo da univ do Algarve.
Eu acho demasiadas toneladas, não acredito sem uma contraprova, os critérios utilizados deverão ser testados e, desconfio de trabalho amador para compor uma tese.
Não sei o que se passa com a caça submarina, é provável que alguns consigam apanhar muito peixe e terá de ser grande, mas acho que anda por aí muito mentiroso.
Eu quando vejo a amigo Sargus a mostrar uma pescaria digna das mil e uma noites, eu acho que como ele haverá poucos mais que os dedos das mãos a nível nacional, aquilo é arte pura que não está acessível a qualquer mortal.
Como não é possível usar o oxigénio na caça submarina, parece-me pouco provável, tanto mais que também observo e as capyuras são ridículas.
As vírgulas devem estar mal colocadas nesse estudo das oitenta e tal toneladas.
Não me convencem.8 mil quilos talvez retirados os tubarões e baleias, cachalotes etc..
Em todo o caso acho mal estarem a colocar os lúdicos como bodes espiat´rios.
Cumprimentos para todos.
Fernando Péssoa.
“Mas já agora gostaria de saber onde estão os sargos em declínio? Até poderei comprovar que talvez não será bem assim...”
Caro Fernando, ae concordou comigo que os sargos vão sendo cada vez menos e mais pequenos, não entendo a dúvida que manifesta na pergunta acima.
Frequento a costa vicentina com alguma regularidade desde criança, e já tenho cinquenta anos. Infelizmente, a riqueza em peixe dessa costa tem vindo progressivamente a decrescer de ano para ano, e o sargo não é excepção. Na década de sessenta, o meu pai fazia caça submarina na costa sul de Sagres e as capturas eram de encher o olho. No final dos anos setenta, quando me iniciei na caça submarina, ainda apanhava uns peixes nessa costa. Na década de oitenta comecei a sentir a necessidade de mergulhar na costa ocidental de Sagres porque, na costa sul, já pouco apanhava. Hoje, com cinquenta anos, já raramente faço caça submarina. Troquei-a desde há alguns anos pela pesca à cana. Mas das últimas vezes que mergulhei, fui incapaz de encontrar sargos que ultrapassassem as 400-500g. O Fernando, que também mergulha, já constatou certamente esta realidade.
Tenho hoje poucas dúvidas de que certas práticas de pesca recreativa, como por exemplo a pesca ao sargo de arribação e a caça submarina nocturna ou com o auxílio de garrafas de ar comprimido, não estão isentas de responsabilidades na situação a que se chegou.
Um abraço,
Mário Pinho
Segundo os dados da Un. do Algarve, os lúdicos terão zero vírgula cinco por cento de culpa com aquelas toneladas todas.
Não assumo senão uma ínfima parcela.
E se há falta de peixe, pudera a ser pescado às toneladas, perdão, aos milhares de toneladas por todo o lado, querem o quê?
Se encurtam uma cadeia, querem que no outro lado aumente?
Aquela sensação de culpa veículada pelo comentário de Mário Pinto, é perigosamente indutora da ideia que os culpados são os lúdicos praticantes de certas "práticas abusivas".
Essas práticas abusivas em nada se comparam com a pesca comercial e profissional, se assim fosse, como classificar a pesca com redes?
Há menos peixe? Provavelmente!
É preciso disciplinar para proteger as esp´écies e a sua reprodução?
Então que todos sejam tratados segundo os critérios do utilizador-pagador!
Atrabiliária e prepotentemente, jamais, que é o que está a ser feito pelo PNSACV e pelo MAOTDR.
Não podemos perder este norte, nem esta linha do fiel da balança da justiça.
Péssoa
Caro anónimo que me antecede,
Os meus comentários não têm como objectivo eximir a pesca profissional das suas responsabilidades no declínio das populações de peixe.
O que eu disse é que os pescadores lúdicos poderão ter, eventualmente (sublinho o eventualmente), alguma responsabilidade no declínio do sargo no Sul de Portugal. Friso que me refiro apenas ao sargo. É pelo menos isto o que sugere o estudo da Universidade do Algarve quando estima em 82,5 toneladas/ano as capturas de sargo pela pesca recreativa na costa sul de Portugal.
Não obstante, estou de acordo com o Fernando Pessoa quando põe em causa a credibilidade daquela estimativa. Na realidade, o estudo não fornece ao leitor qualquer informação da metodologia que adoptou para chegar àquele valor, o que lhe retira a solidez científica necessária para servir de fundamento às restrições impostas à pesca do sargo no PNSACV.
Cumprimentos,
Mário Pinho
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