Jornada nº5 - Jornada Marafada "The dead of pig"

O resultado da minha jornada
Mais uma pescaria ilhada com a equipa dos Marafados para pescar, isto é, uma pescaria com os amigos Paulo Cabrita, Nuno Caçorino e desta vez com o Pedro Rosa. "The dead of pig", quer dizer na tradução à letra Morte de Porco, como apelidamos pelo litoral alentejano quando existe uma concentração acentuada de pescadores lúdicos por metro quadrado...

Como até tínhamos feito uma boa jornada na ultima vez, resolvemos adoptar a mesma técnica e local, e logo ao romper do dia iniciamos a jornada com algumas boas capturas onde o Marafado Paulo se destacou com algumas capturas acima da média (o homem estava com a mão quente), nós também fizemos alguns bons exemplares, embora tivéssemos de lutar contra quatro factores preponderantes, a descida da maré, o mar de pouca ondulação/oxigenação, a água bastante aberta/lusa e a dupla maravilha das bogas e salemas...

Já tinha comentado que pela manhã me tinha atravessado um gato preto pela frente e como não gosto nada desse pequeno pormenor já sabia que algo me iria acontecer, e assim foi, parti o primeiro elemento da cana junto à ponteira na travessia para cima de uma pedra, e a cana de pesca ao tento foi parar ao pego... Nada mal, amigo gato preto...

A meio da manha abandonamos o local e rumamos a outro pesqueiro, desta vez para confortar o estômago e a sede, algum tempo depois resolvemos voltar ao local inicial, pois a maré iria começar a subir e com ela poderia ser que os bons exemplares voltassem ao local e foi o que aconteceu... Mas após chegar ao carro resolvi num minuto o problema da minha Power Strike, bastou um isqueiro, que após queimar um pouco o passador da ponteira a parte partida saiu e foi colocado na ponteira novamente, ficando operacional novamente.

Bons exemplares
Lá iniciamos a pesca, após termos presenciado alguns mariscadores na apanha do perceve, e após o inicio da primeira hora de enchente, lá fizemos algumas capturas, na maioria pequenos exemplares que eram libertados, algumas salemas à mistura e lá aparecia um exemplar de bom porte ou acima da média para confortar a nossa persistência.

Mas ainda houve tempo da operação de recuperação da cana de pesca ao tento que da parte da manhã tinha ido parar, fechada, a um caneiro com alguma corrente de escoa, nada que uma investida com um pouco de menos mar através de apneia resolvesse. Mas ainda tive de proceder a outra operação, pois os dois últimos elementos foram parar a uns 8 metros de fundo, sem cinto de chumbo e com um fato de neopreme de 7 mm não foi tarefa muito fácil, valeu já os 153 dias que deixei de fumar até à data e as barbatanas de caça sub e óculos de caça submarina que o Pedro levou...

Aventuras, é isto que faz com que a pesca lúdica, a pesca ilhada seja uma caixinha de surpresas e a malta desenrasca-se como pode...

O meu isco, para não variar, foi o camarão a a sardinha, apesar de nesta altura o sargo andar a "pegar" lindamente num bom filete de sardinha, o engodo foi sardinha ao belisco.

E ai se iniciou uma bela jornada com capturas, alguns acima do quilograma, onde passamos um belíssimo dia de pesca na companhia de amigos, e com capturas excelentes.

Um agradecimento pela companhia aos três.

7 comentários:

Anónimo disse...

Caro Fernando,

Uma questão lhe coloco que é a de depois de um dia de pescaria excelente no mesmo local e pesqueiro, no dia a seguir os sargos estão lá, mantem-se??É que nos robalos essa certeza em dias seguidos numa leva ou cardumes deles andar pelo areio atras da comedoria é possivel e aconteceu-me muitas vezes ao longo da minha vida mas nas experiencias que tenho tido na Galiza aos sargos, sem engodagem, e este factor é preponderante na sua explicação, é que sem engodagem e repito sem engodagem, no dia a seguir no mesmo pesqueiro, no mesmo ponto de agua eles já lá não estão ou se estão, estão em menor numero, de apenas alguns exemplares tresmalhados.


Abraço
António Simões

Fernando Encarnação disse...

Viva caro amigo.

Na minha humilde opinião não existem leis que fixem um comportamento dos sargos, e a questão que coloca é bem diferente entre a galiza o o sudoeste alentejano, mas vamos por partes, pois existem alguns factores que poderão explicar essa questão:

- Se é peixe de arribação (aqueles que chegaram à pouco tempo à costa normalmente são facilmente identificados pelos parasitas transparentes em movimento que tem no corpo, o peixe "local" não tem isso.
- Se o local apresenta abrigo e comedia nos laredos
- Se nas imediações existe areia ou mais pedras submersas (se existe areia é normal que o peixe se mantenha na pedra onde pescamos, se existe mais pedra é normal que se afaste e só venha com a maré mais cheia.
- A pressão que se exerce num determinado pesqueiro (engodagem e capturas)
- Altura do ano
- Marés

Nota: Saliento o facto de o pesqueiro ser e ter condições de permanência de peixe no local, tais como, abrigo e alimento, é de facto preponderante para existir exemplares no local alguns dias consecutivos.

Na Galiza apesar de existir marisco para a sua dieta, os sargos frequentam aguas mais frias, pela curta experiência que tive, o seu comportamento é um pouco diferente ao que estou habituado, mas com umas tentativas apanha-se o jeito...

;)

O engodo faz milagres quando aplicado com conta, peso e medida...

Abraço

Anónimo disse...

Pronto acabou o defeso e apanham os bichos desprevenidos :D
O relato está bom, mas falta o sumo... onde param as fotos???? hummm

Um grande abraço a ti.
Miguel Coucello aka sargo

Sérgio Tente disse...

Boas Fernando,

Bonita pesca!
Também concordo com a expliacação que dás ao António Simões.
Saliento que aqui na zona onde pesco é muito normal num dia encontrar cardumes significativos de sargos que proporcionam num dia uma excelente pesca e no dia seguinte não andar lá nem um.
As zonas de fixação de sargos na minha zona prende-se essecialmente com a protecção que encontram (muito pedra e muito buraco) e que essas zonas tenham muito alimento submerso.
Os cardumes de arribação os tais sarapintados e mais claros normalmente entram em grande numero e fixam-se por pouco tempo enquanto os negrões estão lá sempre mas só saem para se alimentar consoante as condições que eles desejam.

Abraço

Fernando Encarnação disse...

Viva Miguel, desprevenidos andam eles sempre que se capturam, senão...

O sumo está mau enquanto não investir na water proof, é que andar a fotografar com a máquina que tenho não é boa ideia...

Abraço

Fernando Encarnação disse...

Viva Miguel, desprevenidos andam eles sempre que se capturam, senão...

O sumo está mau enquanto não investir na water proof, é que andar a fotografar com a máquina que tenho não é boa ideia...

Abraço

Fernando Encarnação disse...

Viva Sérgio,

A explicação é apenas a minha maneira de ver o problema, baseada na experiencia, outros poderão ter outra opinião, mas esta é para mim, seguramente a mais correcta.

Por vezes os sargos nem precisam de ter muitos buracos, basta terem lavadiços de pouca profundidade para, aquando da subida da maré, se refugiarem ai em pouca agua e nas zonas onde existe mais oxigenação, eles precisam da oxigenação para se esconderem e aproveitarem a força da corrente no seu corpo de forma a se alimentarem de perceves e mexilhão...

"Os cardumes de arribação os tais sarapintados e mais claros"

Normalmente são os mais claros, não são aqueles da pinta amarela (sargos de areia "ferrugentos"), quando capturares um sargo, desses mais claro e veres no seu corpo uns parasitas transparentes que se movem habilmente na parte exterior das suas escamas, são esses que me refiro, normalmente são peixes que comem vorazmente e nem precisamos ter muito cuidado com eles que se ferram bem...

Abraço