O ministro da Economia, Manuel Pinho, lembrou que Portugal "está entre os cinco países do mundo" que estão mais avançados no que diz respeito às energias alternativas, e em relação às ondas "estamos à frente, é a bandeira portuguesa que está no primeiro projecto desta área".
Manuel Pinho não quis deixar passar a oportunidade para lembrar que Portugal "produz 40% da energia a partir das fontes renováveis e a partir de 2020 essa produção será de 60%". Acrescentando que este projecto será mais "uma alavanca, como o foi há 15 anos a energia eólica e que hoje já criou 10 mil empregos directos e indirectos".
O projecto que ontem foi lançado, no valor de nove milhões de euros, tem uma participação do Estado português de 15%.
A aposta foi concretizada através da constituição, pela Enersis (totalmente detida pela Babcock & Brown), de uma empresa operacional, a Companhia da Energia Oceânica (CEO), que conta com a participação da Pelamis Wave Power.
Actualmente, o projecto é uma "joint-venture" com 77% do capital detido por um grupo de três empresas (EDP, EFACEC e Babcock & Brown) e 23% detidos pela Palemis Wave Power Limited.
O Parque de Ondas da Aguçadoura I é constituído por três máquinas Pelamis, cada uma com 142 metros de comprimento, com capacidade para produzir 2,25 megawats (MW), se produzir cerca de 2500 a 3000 horas por ano, o equivalente à iluminação de 1500 casas.
Apesar da primeira fase ainda não estar concluída, falta a instalação de dois Pelamis, cujo atraso foi provocado por questões técnicas, já se pensa na segunda fase, que será a produção e instalação de outras 25 Pelamis, que irão aumentar a capacidade de produção para os 21MW.
Para quando, é a pergunta a que Sousa e Costa, da Enersis, responde: "Esta obra está com um atraso de 2,5 anos, primeiro por falta de licenças do Estado e depois por questões técnicas", mas frisou, "se nos deixarem "iremos até aos 500 MW, e não apenas ao largo da Póvoa de Varzim. Existem outros pontos".
Enquanto isso, e já a preparar o futuro, ontem mesmo foi assinada uma nova parceira, mais ampla, entre a EDP-Energias de Portugal, a Babcock & Brown e a Efacec, para a criação do consórcio Ondas de Portugal, que irá desenvolver projectos experimentais na área da energia das ondas. A associação destas empresas tem como objectivo a criação de bases para o desenvolvimento de um "cluster" português na área do aproveitamento da energia das ondas. Ontem foi dia de festa, e mesmo sem o parque em funcionamento pleno todos se regozijaram pelo que foi alcançado, como o responsável pela Babcock, Antonino Bianco, que desejou que a "energia das ondas se torne uma tecnologia de energia renovável largamente difundida".
2 comentários:
Olá Fernando
Esses mecanismos foram produzidos num estaleiro do porto de Peniche.
Quando tiver oportunidade irei lá saber mais pormenores e tirar umas fotos, sobre o seu fabrico e depois envio-te para completares estes teus bons artigos.
Abraço
Boas Pedro.
Sim são produção nacional para experiência nacional e bem.
Obrigado desde já pelo comentário, se conseguíres melhor, faço um update.
Grande abraço.
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