Censo mundial descobriu 20 mil novas espécies marinhas na última década

Os cientistas estimam que existam, pelo menos,
um milhão de espécies marinhas
(Foto: Dani Cardona/Reuters/arquivo)


Um censo da vida marinha do planeta permitiu identificar 20 mil novas espécies, depois de dez anos de trabalho, foi hoje divulgado. Ainda assim, um quinto dos oceanos continua por explorar.

“O censo veio mostrar uma profusão inesperada de espécies”, ou seja, cerca de 250 mil espécies, contra as 230 mil que estavam descritas até ao momento, concluem os cientistas envolvidos no CoML (Census of Marine Life). Este projecto teve a participação de 2700 investigadores, de 80 países, que embarcaram em 540 expedições organizadas em 17 grandes projectos.

Entre as espécies descobertas está um caranguejo "peludo", peixes fluorescentes nas profundezas onde não chega a luz do Sol, um camarão que se pensava extinto em tempos Jurássicos e uma lula com sete metros de comprimento.

De acordo com este censo – que começou em 2000 e que durante dez anos tentou avaliar e explicar a diversidade, distribuição e abundância da vida nos oceanos -, “existem espécies em todas as zonas” estudadas, “mesmo onde existe muito pouco oxigénio e luz”.

Este trabalho, além de ter criado a primeira lista global e unificada da vida marinha, cartografou também a vida nos oceanos – indicando os locais onde as diversas espécies foram encontradas e os seus possíveis territórios - e mostrou os trajectos migratórios das espécies, estabelecidos graças a satélites e outros equipamentos electrónicos.

Mas não só. “Quisemos saber não apenas que existe algo como um caranguejo de Madagáscar mas também quantos existem”, explicam os responsáveis no site do CoML.

Ainda assim, muitas espécies continuam por descobrir. Os cientistas só podem extrapolar que existam, “pelo menos, um milhão” de espécies marinhas.

Estes dados poderão servir de “base para avaliar as modificações na vida marinha ligadas às alterações naturais e à actividade humana”, nomeadamente as marés negras. Tanto mais que o estudo de dez anos também documentou a sobre-exploração pesqueira do atum e do bacalhau e o impacto de vários tipos de poluição e do aquecimento global.

“A vida no mar fornece metade do nosso oxigénio, muitos dos nossos alimentos e regula o clima”, lembrou à BBC Ian Poiner, responsável pelo Comité coordenador do Censo, falando em Londres antes da conferência de apresentação dos resultados.

A divulgação dos resultados do estudo - que custou 650 milhões de dólares (471 milhões de euros) surge por ocasião do Ano Internacional da Biodiversidade e a duas semanas da cimeira das Nações Unidas sobre Biodiversidade, em Nagoya, no Japão (18 a 29 de Outubro).

Fonte: Público.pt

1 comentário:

Anónimo disse...

Só é pena não ligarem aos direitos da natureza e animais...poluição, maus tratos e falta de respeito existem em todo o lado e com o conhecimento das entidades, que a principio deviam defender esses direitos, para o nosso próprio bem estar e de todos os seres vivos - seria tudo muito diferente...
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