Mimetismo & Camuflagem

INTRODUÇÃO

A existência de características morfológicas nas espécies pressupõe, em primeira análise, uma forma de comparação de indivíduos da mesma espécie, grupo ou família, embora existam casos em que morfologicamente possam haver algumas excepções.
Dentro dessas características surgem sem duvida uma que é a que me suscita bastante interesse, o mimetismo e a sua ou comparação e semelhança com a camuflagem.


DEFINIÇÕES

Segundo algumas definições o mimetismo tende a ver com:

- Capacidade que alguns animais têm de adquirirem ou tomarem a cor, forma ou configuração de objectos, meios ou animais;
- Disfarce;
- Técnica de ocultação dos animais;
- Imitação;
- Adaptação;
- Característico de espécies com pouca mobilidade, que em geral, costumam ficar em repouso por longos períodos;
- Alteração consoante o meio;

Já a camuflagem tende basicamente duas características idênticas;

- Encobrimento;
- Disfarce;


O mimetismo anda em torno da alteração e mudança de cor de um individuo de uma espécie, e funciona como camuflagem predadora, camuflagem defensiva, acasalamento, reconhecimento ou sinal avisador de situações de perigo, penso também que o estado de espírito da espécie não racional se demarque na origem da cor e consequente mimetismo ou camuflagem.

A cor é a meu ver o ponto chave de desenvolvimento, defesa e manutenção de uma espécie marinha, num meio ambiente que pode ser alterado de um momento para o outro, pelo simples facto de alterações climatéricas ou arribação de espécies para outros fundos ou zonas de costa diferentes.


Em termos de sobrevivência a fuga de predadores pode ser encarada como único ponto entre a vida e a morte, mas nem todas as espécies estão habilitadas a fugir de “autênticos fenómenos da natureza” em termos evolutivos, resta o ponto em que a natureza “brindou” aquelas espécies mais frágeis ou que poucas hipóteses de saírem ilesas em caso de contacto com um predador, o mimetismo, onde algumas espécies recorrem a um melhor meio de fugir ao seu predador, ou seja, poupando energia que seria gasta em vão ou não na sua fuga, enganando os olhos do seu predador.


Segundo estudos todos os olhos são iludíveis, porque estão sujeitos ao que se chama ilusão de óptica, é precisamente nos defeitos da percepção que se baseiam os melhores truques do mimetismo na produção dos resultados quer defensivos, quer atacantes, de presas ou predadores.

AS CORES E SUAS TONALIDADES

Muitas espécies têm variadas cores e tonalidades formando desenhos, riscas, manchas e anéis, de forma a que esses desenhos tenham o efeito de “dividir” a forma do corpo, altera-lo ou redimensiona-lo, pois em muitos casos os desenhos reproduzem exactamente a sua ou outra forma, isto é, poderão ainda valorizar as suas cores e formas fazendo com que os animais fiquem bem mais visíveis alterando a sua forma e tamanho, provocando atenção ou medo quando ameaçado.


Em casos de não hermafroditismo, isto é, quando a cor, tonalidade e o desenho são diferentes nos dois sexos, servem também para o reconhecimento sexual, identificando claramente o macho da fêmea.

APARECIMENTO DAS CORES

As cores dos animais devem-se a substâncias químicas denominadas pigmentos. O pigmento mais comum é a melanina, de cor castanho-escuro ou preta, que se encontra na pele e é responsável pelo que chamamos mudança de cor ou bronze, na altura em que frequentamos a praia no verão.
A melanina é responsável por todos os “pretos” do mundo animal.
A maior ou menor presença desse pigmento faz com que a pele humana seja mais ou menos escura.
Outros pigmentos muito difundidos são os carotenos, (abundantes na cenoura), de cor amarela, alaranjada e vermelha. Comuns nos crustáceos e em outros animais marinhos.

IMITANDO O AMBIENTE (EXEMPLOS)

O polvo é o rei em mimetismo a sua cor imita o meio ambiente exactamente ao segundo conforme vai sendo alterada a cor dos locais por onde passa.



O cavalo-marinho imita as folhagens submarinas, a cauda enroscada nas algas, entre as quais se oculta.


O peixe-escorpião ou rascasso, tem uma tonalidade avermelhada e a sua forma da cabeça é algo que o deixa praticamente invisivel quando está num meio identico á sua cor, isto é no meio de pedra e alga ou limo avermelhado.



O linguado imita o fundo de areia, e cobre o seu dorso com uma fina camada de areia mantendo apenas os olhos á superfície do fundo de areia.
São muitos animais que recorrem a esta técnica. O importante para essas espécies é assumir a forma do ambiente, imitando as cores, ou mesmo assumindo a forma de uma pedra, areia, rocha, algas, etc.


IMITANDO OUTRAS ESPECIES

Nem todos os animais miméticos procuram esconder se, alguns, ao contrário, colocam-se bem à vista, assumindo a cor ou aparência de animais perigosos.
Como por exemplo algumas espécies imitam com perfeição o aspecto de outras espécies perigosas, se imóveis já é difícil distingui-las, em movimento é impossível, pois a sua definição é bem mais difícil de comparar.
Outro exemplo é as espécies que, para se proteger, assume o aspecto de espécies venenosas, que pertencem a outra família.

MUDANÇAS DE COR

Entre os animais miméticos, existem alguns que chegam a mudar de cor em função do ambiente em que se encontram. O “truque” só é possível porque abrigam sob a epiderme células especializadas contendo pigmentos de cores diferentes. Se o ambiente é verde, dilatam-se as células contendo pigmento esverdeado, enquanto as outras se contraem. O polvo é mais conhecido. A sua cor muda de acordo com o tipo de fundo no qual se encontra.


AS CORES E O ACASALAMENTO

Outro factor responsável pelo colorido da natureza é a diferença da coloração entre machos e fêmeas de uma mesma espécie.

Essa diferença pode ter vários significados.

Em muitos animais a cor é um meio fundamental de reconhecimento do sexo.

CONCLUSÃO

Posso concluir que o mimetismo e a camuflagem andam de mãos dadas no mundo submerso, aliás em todo o reino animal.
A cor e sua alteração…
A visão e identificação…
Os olhos…
De facto um “instrumento” indispensável quer para alimento, sobrevivência, reprodução.


www.pt.wikipedia.org (definições)
www.fondali.it (fotos)


4 comentários:

MR disse...

Grande artigo, excelentes fotos!!!

Parabens Fernando.

Fernando Encarnação disse...

Obrigado Miguel, são coisas que por vezes não temos em conta e pouco ligamos no mundo submarino, mas são uma realidade e existem como forma de defesa, sobrevivência ou reprodução...

Anónimo disse...

parabéns é o unico site que diz o que nos queremos saber!!!

Anónimo disse...

oi esse site é ótimo pois ele diz exatamente o que nós ou pelo menos eu queria saber