Predação e Competição


Quando se fala em competição não teremos de imaginar um combate de forças entre a vida e a morte, embora que, por vezes se verifiquem algumas manifestações de cariz agressivo dentro da competição, tanto pode ser por alimento, reprodução ou disputa territorial de um organismo.

Por norma a competição significa praticamente sempre que duas espécies procuram simultaneamente um recurso essencial do meio, que é limitado.

Como atrás foi referido poderá ser por alimento (quando alguns Robalos patrulham determinada área, competem entre si por alimento); lugar para viver (quando um Safio/Moreia/Abrotea chegam a uma fenda e se instalam); ocultação ou abrigo (quando um polvo se infiltra num buraco e ai permanece ocultando-se com pedras e cascas de mexilhão; reprodução (a evolução das espécies diz-nos que os indivíduos melhor preparados e mais fortes deixam descendência através da reprodução em detrimento dos mais fracos.



Competição pode ser ainda definida pela capacidade de utilização dos recursos naturais que determinadas espécies tem ao seu dispor no ambiente natural que frequentam, uns poderão migrar na procura de mais recursos ou de um ambiente mais tranquilo, enquanto os mais fortes permanecerão na área, claro está que as espécies acima da cadeia trófica poderão determinar essa permanência ou não, uma vez que, se existir um numero elevado de predadores da espécie X, essa mesma espécie não conseguirá permanecer nesse local por muito tempo, uma vez que, servirá de alimento ao predador e/ou não conseguirá fazer a sua vida normal como espécie (reprodução, alimentação, etc).

Cada espécie tem o seu nicho ecológico, que é o modo de vida de um ser vivo/espécie que inclui o conjunto de actividades que desempenha no ecossistema em que se encontra, o que ele come, quando dorme (de dia ou de noite), como se reproduz, etc, nicho ecológico é a "profissão" de uma espécie ou organismo.


Poderão existir duas espécies na mesma localidade se têm exigências ecológicas idênticas?

Poderão em alguns casos, mas por norma não, por exemplo, quando um Safio/Moreia/Abrotea chegam a uma fenda e se instalam, essa fenda será daquela espécie que la chegar em primeiro lugar, com excepção de no caso da fenda conter mais que uma "moradia", ai poderão coabitar.


A competição tem consequências evolutivas importantes, é um facto inegável, já que a competição favorece a especiação, pois a selecção natural tende a aumentar as diferenças ecológicas entre as espécies em competição, favorecendo assim a sua entrada em novos nichos, por vezes por uma radiação adaptativa, ou seja, uma divergência evolutiva dos membros de uma
população inicial, constituindo normalmente subespécies, como é o caso do Sargo (o género Diplodus agrupa 22 espécies e sub-espécies).

A especiação inicia-se quando a população de uma espécie se isola geograficamente, alterando o seu nicho ecológico (Nicho ecológico é o modo de vida de um ser vivo/espécie que inclui o conjunto de actividades que desempenha no ecossistema em que se encontra, o que ele come, quando dorme, de dia ou de noite, como se reproduz, etc.) e/ou alterando o seu comportamento, de maneira que fique isolada reprodutivamente do restante grupo da população daquela espécie. Esta população, ao se isolar, sofre mutações ao nível dos genes com o passar do tempo, que alteram o seu genótipo (material hereditário herdado dos progenitores) e, consequentemente, a expressão fenotípica (características observáveis: morfologia, desenvolvimento, propriedades bioquímicas ou fisiológicas e comportamento) deste.

A especiação é basicamente um ensaio de sobrevivência, com o objectivo gradual de reduzir ou eliminar a competição entre populações, como tal, a existência de uma nova espécie seria então uma tentativa de coexistir de modo mais eficaz.


"A moreia é um dos predadores aquáticos mais bem sucedidos, prende as suas vitimas com um mecanismo similar ao "Alien" de James Cameron se tratasse, em vez de acido corrosivo dispõe de toxinas venenosas na fina e perfurante dentição.

Quanto à predação, é um factor limitativo à invasão e instalação de novos organismos ou espécies podendo abrir novos espaços ecológicos e actuar como agente de mudança, alterando não só os ecossistemas, mas favorecendo especiações, favorecendo, assim, a entrada e fixação de outras espécies.

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