LPN lança campanha «Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina a Parque Nacional»

Foto Fernando Encarnação

A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) acaba de anunciar a campanha “Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina a Parque Nacional”, como forma de assinalar o Ano Internacional da Biodiversidade.

Segundo a LPN, «o objectivo desta campanha é chamar a atenção do público para a importância da preservação da biodiversidade do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e exigir aos governantes que dotem esta área dos meios legais e económicos necessários para a implementação de medidas de protecção ambiental socialmente aceites».

Esta região, que a LPN considera ser «uma das mais importantes de Portugal do ponto de vista da biodiversidade, e dos serviços dos ecossistemas que providencia, possui valores naturais únicos num contexto europeu cuja importância só terá reconhecimento apropriado com o estatuto de Parque
Nacional».

Aquela que é mais antiga associação ambientalista de Portugal defende também que «a promoção da área a Parque Nacional será efectivamente um factor impulsionador de desenvolvimento sustentável, potenciando oportunidades no plano económico».

Assim, defende a LPN, «no sector do turismo rural e de natureza, por exemplo, poderá ajudar a cativar mais visitantes promovendo também os produtos e cultura tradicionais da região».

Esta campanha insere-se num conjunto de iniciativas da LPN no âmbito do Ano Internacional da Biodiversidade, em que será dado grande destaque ao Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV).

A preparação da proposta técnica para a promoção da área a Parque Nacional «será acompanhada de uma petição electrónica com o objectivo de levar este assunto a ser debatido no Parlamento nacional», revela ainda a associação.

A LPN recorda que, numa petição anterior, efectuada em 2004, e que recolheu mais de 33.000 assinaturas, os subscritores solicitaram ao Ministro do Ambiente de então que «fizesse respeitar o Plano de Ordenamento e impedisse o desenvolvimento de mega-projectos turísticos que ameaçavam (e ainda ameaçam) o Parque Natural».

Num primeiro passo para esta actividade, a LPN pretende contactar o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e as autarquias locais – Vila do Bispo, Aljezur, Odemira e Sines - para solicitar a sua colaboração nestas iniciativas.

«A promoção desta Área Protegida a Parque Nacional adquire especial relevância num momento em que começa (a partir de 18 de Março) a discussão pública do novo Plano de Ordenamento, que apresenta inúmeros atentados à conservação desta região», salienta ainda a associação.

Mas a LPN vai ainda desenvolver outras acções durante o ano, a começar pela «exigência ao governo português para que dote as entidades responsáveis (ICNB e autarquias locais) de meios financeiros e humanos para a implementação de medidas socialmente compatíveis com os valores de biodiversidade existentes».

Os ambientalistas propõem-se ainda denunciar «o risco que o novo Plano de Ordenamento constituirá para a biodiversidade desta área», bem como propor uma «Área Marinha Protegida que promova a utilização sustentável dos recursos pesqueiros neste Parque».

A LPN tenciona também denunciar as «pressões que promovem um crescimento turístico e urbanístico incompatível com o desenvolvimento sustentável da região» e apresentar «uma proposta de revisão das medidas agro-ambientais e silvo-ambientais na região, por forma a preservar correctamente os valores naturais e apoiar os agricultores e proprietários que zelam pela preservação desses valores».

Fonte: barlavento

10 comentários:

Anónimo disse...

Os abtardas boys continuam a pensar que o Parque é Castro Verde?Limitem-se aos bichos pois isto qualquer dia Alentejo é só paisagem para ingles ver.Estranhem estes meninos e as ideias deles pois não devem ser muito boas talvez queiram mais subsidios.Estes fundamentalistas ambientais são para desconfiar.E pescas amigo sargus tem andado ausentes as capturas ou nao tem ido?

ACJesus

Fernando Encarnação disse...

Viva ACJesus, desde já obrigado pelo comentário.

Começando pelo fim, não tenho ido à pesca, pelos dois defesos que actualmente varrem este litoral, o dos sargos e o do estado do mar. Em breve penso que poderei voltar, pois tenho andado um pouco atarefado por motivos pessoais e profissionais.

Perante a notícia avançada pelo Jornal Barlavento:

“Exigir aos governantes que dotem esta área dos meios legais e económicos necessários para a implementação de medidas de protecção ambiental socialmente aceites”

Muito bem socialmente aceites, espero que tenham em atenção isso, é mais fácil fazer uma aproximação das pessoas do que as virarem contra eles como no passado até ao presente o ICNB fez, embora os meios legais (mais leis?) (económicos?) seja um pouco vago… Medidas deste tipo trás mais restrições e que vai levar com elas são as pessoas residentes dentro do PNSACV não se esqueçam disso…

“no sector do turismo rural e de natureza, por exemplo, poderá ajudar a cativar mais visitantes promovendo também os produtos e cultura tradicionais da região”

A notícia continua um pouco vaga, ideias dessas existem muitas, no turismo rural e de natureza, existem já bastantes pontos de oferta, pelo menos no Concelho de Odemira, existe também o PIN ZMAR, gastronomias, passeios pedestres, etc

“A preparação da proposta técnica para a promoção da área a Parque Nacional «será acompanhada de uma petição electrónica com o objectivo de levar este assunto a ser debatido no Parlamento nacional», revela ainda a associação.”

Vou aguardar e quando chegar a hora terei todo o prazer em assinar a petição se me rever com ela, claro está.

“Num primeiro passo para esta actividade, a LPN pretende contactar o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e as autarquias locais – Vila do Bispo, Aljezur, Odemira e Sines - para solicitar a sua colaboração nestas iniciativas.”

Caso não saibam o POPNSACV é “cozinhado” pelo ICNB e todas as entidades de interacção nacional e pelas Autarquias localizadas dentro da área do PNSACV, é já para a semana que o POPNSACV fica disponível para consulta pública.

“Mas a LPN vai ainda desenvolver outras acções durante o ano, a começar pela «exigência ao governo português para que dote as entidades responsáveis (ICNB e autarquias locais) de meios financeiros e humanos para a implementação de medidas socialmente compatíveis com os valores de biodiversidade existentes».”

O que serão medidas socialmente compatíveis com os valores de biodiversidade existentes?

“bem como propor uma «Área Marinha Protegida que promova a utilização sustentável dos recursos pesqueiros neste Parque»”

Mais uma???? Recordo que existe uma área de interdição apenas à pesca lúdica, numa área superior a 3 km onde nenhum comum mortal de terra pode capturar um peixe, enquanto qualquer pescador profissional pode operar sem restrições, com redes, aparelhos e demais artes, onde os mariscadores colhem o marisco sem restrições das pedras. Proponham uma proibição total nessa área que eu e muita boa gente aplaudia, proponham um defeso para todos profissionais e lúdicos de 2 meses na pesca ao sargo que eu e mais aplaudíamos, proponham efectiva análise de águas em zonas de hortogfloriculturas, entre mais…

Até lá vamos analisando o POPNSACV…

Abraço ACJesus.

PêJotaFixe disse...

Amigo Fernando,
Mais do mesmo a que já estamos habituados, sejam eles LPN, ICNB, PNSACV, etc. Proibir e mais proibir é a palavra de ordem destas entidades sem ouvir as gentes. Eles decidem, está decidido e não há mais nada a fazer! Preputência... Deviam fazer um PN à porta da casa deles com restrições que nem o pé pudessem por fora de casa para ver se gostavam! Eheheh É que proibições e restrições à porta dos outros, sem serem ouvidos, é muito bonito... Por este andar, viver no PNSACV só em tendas de campismo, tipo indio, e pescar só virtualmente na Playstation. lol

Abraço e saudações piscatórias

Anónimo disse...

A LPN e os anos especiais de corrida, vivemos num mundo cheio de dias especiais. Mas aqui no Parque Natural a vida acontece todos os dias, aparecer em anos ou dias especiais não é mais do que coisa de políticos ou dos famigerados certificadores de produções nada naturais aqui do sítio.
Para começar gostava de perguntar à LPN porque razão os últimos 20 anos aqui no PNSACV não foram também da Biodiversidade?
Se foram não demos por nada!
Passou-se muita coisa, passa-se muita coisa e a LPN quanto muito tem tocado as questões do Parque de raspão. Aparece em momentos especiais.
A LPN conseguiu 33000 assinaturas, e as pessoas que habitam o Parque também assinaram?
A LPN sabe o que pensam as pessoas que vivem no Parque?
Não era por aqui que se devia ter começado, há já vinte anos?
O discurso do agricultor que respeita, do pescador que não sei que, do turismo pro-parque…resume-se a turismo de qualquer maneira, horticultura mais que intensiva e pesca cada vez menos. O Ambiente, o ambiente é tenso e para o povo o Parque é que é o culpado.
Nacional, talvez…Nacional até deve ser bom. O Natural nunca foi nada, esperemos que passar a Nacional não seja multiplicar por zero.
JN

Anónimo disse...

JN nada como um comentario PURO E DURO parabens é que isto é muito bonito propor e defender e aclamar e fazer projectos no papel quando toca o resto ta quieto como se diz, gostei do comentario e mais partilho dele pois conheco perfeitamente a realidade que voçes tem ai em baixo, eu vou a pouco e pouco deixando de ai ir porque nem um percebo posso apanhar quando vejo autenticos atentados sacas e sacas a subirem a rocha parece aranhas com as barras de ouro as costas, e eu sou preto???Sargus andas muito ambientalista dedica te mas é à pesca que é melhor, queremos ver é peixe pah!Tu sabes quem sou, ou talvez não ;)

Anónimo disse...

Ainda bem que foi aqui lembrado o caso das "abetardas de Castro Verde. Os tipos foram espertos, lá isso foram, souberam sacar... A CE deu-lhes uns valentes milhões, os boys ganharam folgo, as abetardas que dizem ter aumentado em cerca de cento e tal (na cabeça deles!) custaram uns milhões cada uma.

Portugal está à beira da falência, porque por aí (até pelos campos floridos e pejados de endemismos eles saltitam aparentando ter medo de pisar os endemismos e de acabar com eles) pululam políticos da mesma estirpe, tudo pessoal a tentar o golpe.

Turismo de pé descalço? Daqueles que fazem passeinhos a pé? O que é que eles consomem quando vão a um café? Nem água bebem, salvo se lhes tiver acabado a que compraram no supermercado.
É este Turismo que vai desenvolver o quê?
O ICNB e e este tipo de gente pulula por aí para viver à custa dos outros desgraçados habiyantes dos Parques.
Essa história da pesca é uma afronta à nossa inteligência, só apetece dizer : desavergonhados, fp,
portanto, segurem-me, senão eu perco a cabeça.
Cumprimentos.
Joel Ferreira

Anónimo disse...

E os activistas tão interessados nos animais indefesos, nos ambientes onde é que eles estão a falar dessas descargas que matam aos milhares, das poluições dos sub solos, dos venenos adicionados nas aguas, que só num dia matam aquilo que toda essa tal gente a pescar mata em 10 ou vinte anos? É mais uma farsa do tempo das farsas. Esses activistas não são mesmo activistas, são elementos de geração de pressão política, e dedicam-se somente a levantar questões sobre o que é simples, para criarem tensões sociais, decerto pagos por alguns terroristas cujos objectivos é clivarem e estilhaçarem as sociedades, para depois as tentarem conquistar...

Anónimo disse...

Quero apenas deixar um comentário sobre os comentários anteriores. Sou "activista" ambiental há mais de 20 anos. Nunca recebi um cêntimo por tal, antes pelo contrário sempre saiu do meu bolso a minha actividade de cidadania. Sempre foi exercida em regime pós-laboral, sacrificando momentos de lazer com a família ou amigos, a favor de interesses colectivos sem esperar retorno pessoal.
Custa-me por isso ler opiniões - esses sim plenas de fundamentalismo - contra aqueles que emitem uma qualquer opinião, acusando-os de mentirosos ou oportunistas. É pena que alguns apenas olhem para aquilo que lhes interessa directamente e não tenham igual coragem para dizer na cara de autarcas, promotores imobiliários, agricultores aquilo que aqui escrevem sobre desordenamento do território, poluição das águas e solos e caos urbanístico.

João Claro

Anónimo disse...

Caro João Claro,

Eu perdi o meu posto de trabalho (emprego), porque um dia me revoltei contra o que a Vitacress ( na altura Iberian Salads) praticava, e mais, perdi a possibilidade de arranjar novo trabalho (emprego) no concelho de Odemira, onde ainda hoje habito.Sabe porquê? Porque, segundo dizem por ai, cuspo no prato onde como!!!E sabe quem é que disse? A câmara de Odemira, os advogados de Odemira e o Ministério Público de Odemira, e alguns dos trabalhadores da Vitacress (estes últimos, passados 12 anos, acho que já mudaram de opinião...tal é o trato que levam!?... os que não foram para o olho da rua, dos outros nem falo). Nem sempre quem nos paga o salário ao fim do mês tem razão, mais das vezes o que tem é poder...passageiro, mas castrador...a ditadura dos nossos dias...filhos da...
Na altura, a Vitacress vendia os seus produtos para os grandes SUPERMERCADOS de Inglaterra, e claro respeitava tudo e todos...mas na realidade...tretas...não sei bem, mas hoje deve ser parecido.
Lembra-se da ODEFRUTA, pergunte ao Exmo. Sr. Eugénio Sequeira, que talvez lhe explique a coisa como deve de ser. Ou então pergunte ao cromo do Cavaco Silva, que hoje é nosso presidente, e leia também o que o Miguel Sousa Tavares escreveu sobre o assunto, passado pouco tempo.
Falam de PIB, de défice... olhe ligue a Odefruta ao João Salgueiro & companhia, ligue a Vitacress aos subsídios da EC (em particular o sector da Batata e da Beterraba), veja como a Câmara de Odemira usa o Paul Dolleman na contestação ao PO do PNSACV, ligue para a ARH do Alentejo ou PNSACV e pergunte-lhe pelo veneno dos ratos usado no inicio do ano de 2009 na Azenha/Brejão, e depois falamos outra vez. De qualquer forma não vale desistir, eu mesmo quando quero não consigo, é mais forte do que eu, não sei se é porque tenho filhos, porque sou pescador, porque gosto da agricultura biológica, mas quem me paga o salário é a agricultura convencional ( pelo mundo...), enfim o nosso dia a dia...
Um dia (há prá ai dois anos) a Lena e outros ( entre os quais NATURLINK, se bem me lembro), organizaram em Odemira uma «cena» tipo:
Desenvolvimento rural e sustentabilidade, etc.etc...
aquele tipo de coisa que nós achamos que vai ajudar a desenvolver para depois crescer...g'anda palhaçada, vieram de todo o lado, do ISA, daqui e dali, (a Vitacress & ABM), os crânios cá do burgo (País) em matéria agrícola e ambiental, e vai que mais uma vez a coisa virou monstruosidade silenciosa,...já estivemos no Cine-Teatro CC, agora voltamos a nossa realidade...no concelho de Odemira há 4 realidades principais: os de cá; os nossos filhos que querem ir de cá para longe disto; os CAMONES do «papel» que mandam nesta merda, põem, dispõem, aos de cá chamam-lhes burros e eles fazem-lhe vénias; os «Camones» Escravos dos anteriores, mas que são ao mesmo tempo a esperança para o défice dos de cá...etc.

José Nazaré (JN)

João Carlos Claro disse...

Caro José Nazareth

Obrigado pelo seu testemunho.
Marca sem dúvida pela diferença a outros comentários que defendem um pseudo-desenvolvimento, com custos de dignidade e saúde pessoal que ninguém consegue verdadeiramente contabilizar. Tem todo o meu apoio como consumidor de produtos agrícolas de qualidade, na sua produção biológica.
Já por diversas vezes interpelei o responsáveis do Ministério da Agricultura para um reforço do apoio a uma agro-pecuária sustentável em vez de acarinharem projectos de fachada. Mas o capital e muitos autarcas não partilham da nossa opinião. Há que não desistir.

Cordiais saudações,
João Claro