Relatório da reunião com o Grupo Parlamentar do Partido Socialista


- Introdução e apresentação dos presentes.

Começo da reunião com a explicação de que a actual legislação aparece motivada pela necessidade ou com o intuito de combater a venda ilegal de peixe, pela parte do deputado Lúcio Ferreira.

Argumentação da nossa parte que a única forma de combater esse facto, real, seria a fiscalização das entidades que compram o pescado, nomeadamente os restaurantes. Mudança de alvo para a portaria 143 respeitante ao PNACV em que o Deputado referia que essa venda de pescado por parte de alguns pescadores era como que uma tradição e seria mesmo importante para a sobrevivência de certos elementos da população.

Foi-lhe dito que não se pode ir contra a Lei e que se está em causa a sobrevivência das populações, compete ao Estado resolver esse problema, de outra forma que não o ir contra a legislação em vigor e o de abrir um perigoso precedente e muito menos resolver o problema a custos dos recursos naturais.

A conversa mudou então para a necessidade de preservar e utilizar de forma racional os recurso naturais, a defesa e promoção da pesca lúdica/desportiva como meio de entretenimento, de educação e formação dos jovens, bem como a sua importância para o país dado a necessidade que temos de aproveitar os nossos recursos para atrair verbas do estrangeiro usando para isso as boas coisas que temos, pois a oferta de sol e praia já se sabe ser insuficiente.

Para lá disso referiu-se a pesca lúdica/desportiva como elemento fundamental e gerador de receitas, não só a nível dos materiais e equipamentos utilizados mas, mais importante que isso, como polo gerador de riqueza para a restauração, hotelaria, combustíveis, enfim, turismo interno e externo que tanta falta nos faz e em que tanto, parece, nos diz o governo, que temos que apostar.

Conversa rumou para a pesca profissional em que nos foi dito que o actual comissário europeu para as pescas está com intenções de limitar a acção da pesca profissional, principalmente a chamada "pesca longinqua", por ser bastante danosa para os mares.

Foi-lhe respondido que infelizmente, até agora, os nossos governos apoiaram preferencialmente esse tipo de pesca. Referimos a impossibilidade de a mesma ser controlada por as descargas serem feitas na maior parte das vezes em portos não comunitários.

Alertamos que seria mais importante favorecer e apoiar o pequeno pescador de anzol, que captura pescado de valor acrescentado superior, requerido pelos particulares e pela restauração, sendo essa a melhor forma de maximizar os rendimentos ao pescador profissional e menos danosa para os recursos, para lá de que é a qualidade e o atractivo gerado por esses peixes, que nos faz procurados por indivíduos com apetência para consumir e deixar as necessárias verbas.

Referimos a inutilidade de discutir a actual Legislação em termos mais específicos pelo tanto que poderia ser dito e tanto que há para mudar ao que nos foi solicitado um documento com as críticas pertinentes, alternativas que sugerimos e, sempre que possível, fundamentar essas críticas e alternativas apresentadas.

Foi a ANPLED aconselhada a insistir para que a quota-parte das verbas provenientes do licenciamento não tivesse como destino o Fundo de Garantia Salarial como acontece, mas sim o seu investimento na actividade lúdica e desportiva, a investigação e a fiscalização.

Foi na verdade algo surpreendente esta afirmação por parte de um deputado do partido do governo, governo que é autor da legislação que consagrou e insistentemente defendeu a criação desse Fundo, sendo que lhe foi respondido que o grande problema que esteve em causa nas licenças nunca foram as mesmas por si mas sim o destino dado às receitas que deveria ser usado na preservação dos recursos naturais e não no suporte à pesca profissional, coisa que actualmente, ao que parece, muitos já entendem como adequado…

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece que tiveram prazer em manifestar a sua solidariedade com os do Ambiente.

Isto é arrogância ou então exibição do poder pelo poder e, é típico quando só existem fundamentos vagos.

Estes senhores, seria bom que na próxima legislatura fossem trabalhar no duro ( e não vender os conhecimentos e compadrios que alcançaram enquanto deputados!) e de preferência sob o mando de quem quem lhes faça a vida negra.

Eles comportam-se como se fossem os donos disto.

Um PRESIDENTE DE CÂMARA eleito pelo PS de uma das Câmaras está ao lado do povo, homem digno e com cara lavada.

Há outros autarcas também muito dignos que estão ao lado do povo mas que são oposição.

Bem se gostaria que isto se ficasse por uma questão de bom senso. Mas se tem que ser política, que o seja...

Estes de São BENTO foram eleitos pelos anjos ou pelo diabo, pois que a gente não os reconhece no pódio democrático.


Está nas nossas mãos correr com eles em Setembro e em Outubro.

Adelino Silvestre