O regresso à Caça Submarina


Já lá vão iam bastantes meses desde a ultima vez que me lembro de ter entrado nas águas conhecidas por mim desde muito novo, recordo-me que aproximadamente haviam uns bons sete meses ou oito que não mergulhava...

Houve um "tempinho" e as condições de mar indicadas para pegar no equipamento e fazer me ao mar, locais não faltavam sem duvida, uma vez que as águas se apresentavam num azul translúcido, e lá fui eu me certificar das condições in loco.

Depois da observação do mar, rumei para o "spot" pensado previamente, pois tinha comentado com amigos de ir arranjar um petisco (safio).

Ao chegar ao local já lá andava outro caçador, com três sargos e uma abrotea, ainda trocamos algumas palavras já na água, queixando-se de pouco peixe.

De facto após ter percorrido uns 100 metros apenas observava safias microscópicas e algumas sarguetas...

Até que vejo alguns sargos ao me avistarem, a nadarem para baixo de uma pedra (entocaram porque sentiram lá mais), lá fiz a minha primeira descida, o buraco estava cheio, mas apenas dois mereciam tiro, fiz os dois tiros e abandonei o buraco.

Após "navegar" alguma distancia, começo a ver bastantes golfos (laminárias) de pequeno tamanho, factor que me deixou bastante contente, quer pelo abrigo que os mesmos darão a inúmeras espécies, como em alimento que darão depois de atingirem o tamanho e amadurecerem até que o mar os arranque e os coloque junto à linha de costa para entrarem em putrefacção (se for o caso), darão certamente muitos decompositores, tais como pequenas pulgas e microrganismos dos quais as espécies gostam bastante.


Após ter verificado a primeira cova de safio que se encontrava apenas completamente forrada com camarões da costa dos quais mais pareciam as suas familiares gambas do que propriamente camarões, e duas navalheiras, cova essa que ficou intacta como não poderia deixar de ser, a simbiose entre os habitantes da cova é um facto incontestável.

Mais à frente verifico dois buracos de sargos conhecidos, fiquei bastante contente porque estavam completamente cheios, feliz ou infelizmente com pequenos peixes à volta de 300 gramas 400 no máximo, ficaram intactos.

Mais à frente vou a uma outra cova que conhecia, a qual constatei o panorama da primeira que tinha visitado, camarões (mutantes) enormes e uma navalheira. Como o fundo já tinha mudado o panorama alterou-se significativamente, pois os sargos começavam a avistar-se aos cardumes a navegar calmamente abaixo de mim, juntamente com as safias...

O polvo da foto acima foi capturado numa zona de oxigenação a deslocar-se calmamente para uma zona mais funda...

Depois disso passo a uma zona "quente" num espaço de 10 metros quadrados existem buracos de sargos e de safios, e foi ai que capturei mais quatro sargos e uma abrotea. As duas covas nessa zona encontravam-se vazias também, com algumas anémonas em forma de palmeira (tubos).

Os sargos eram bastantes, mas o seu tamanho não me deixava outra solução senão abandona-los...


Já de regresso ao local de partida, restava-me a observação dos fundos e movimentações dos pequenos peixes e até mini leixas de camarões se observava entre fendas de rocha.

Por fim o local que já me deu três bons troféus voltou a não falhar, ao cair na entrada da cova depressa regressei à superfície, pela cabeça que estava à saída da cova era um bom exemplar, restou-me carregar a arma para o encaixe da ogiva no arpão superior, onde os elásticos produzem mais energia, como motor propulsor do arpão. Desci calmamente e disparei, um tiro no ponto X que lhe provoca a rápida morte.

E acabou ai a jornada de regresso.


O Safio é um peixe que se pode encontrar na costa oriental do Atlântico desde a Noruega e Islândia até ao Senegal, e também no Mediterrâneo e Mar Negro, a profundidades até aos 1170 m.

Pode atingir os 3 metros de comprimento (os machos vão até estes tamanhos, já as femeas são mais curtas), e pesar até 110 kg. Na sua fase adulta é chamado de Congro.

O Safio habita em fundos rochosos ou mistos, permanecendo perto da costa na juventude e deslocando-se para águas mais profundas quando atinge a maioridade.


É um predador nocturno que se alimenta de peixes, crustáceos (caranguejos) e cefalópodes (polvos ou chocos).

Como outras espécies do grupo a que pertence família Congridae, reproduz-se apenas uma vez na vida, sendo sexualmente activo entre os 5 e os 15 anos, desovando no verão junto à costa Atlântica de Portugal e no Mediterrâneo, produzindo cerca de 3 a 8 milhões de óvulos.

A sua pesca necessita de alguns cuidados, pois permanece muito tempo vivo e a sua mordedura pode causar feridas de grande gravidade.

8 comentários:

Anónimo disse...

Nada mau, para quem não mergulhava há sete ou oito meses. Eu então já não molho o fato há mais de um ano. Vamos ver se este Verão consigo dar uns mergulhitos em Sagres, quando lá for de férias. Continuação de bons mergulhos.

Abraço,
Mário Pinho

Anónimo disse...

boas aspirante de pirata, hehehehe. sâo belas as fotos mas esse material sabia muito melhor. continua assim e vai-te lembrando de nós que a malta agradece. Um abraço (do ex-pirata)
Pedro Rosa

Anónimo disse...

Boas!

Isto é assim, há individuos que são uns previligiados e "vão lá" de que forma forem, vem sempre um belo de um petisco.

Grande Fernando, excelentes fotos, relato a condizer, o que dizer mais?

Olha, continuação e tudo a correr a contento!

Aquele abraço!

Mário Baptista

Fernando Encarnação disse...

Boas Mário, sim é verdade à imenso tempo que não mergulhava, este ano foi a primeira vez, a apneia já não é a mesma mas vai desenrascando...

Abraço.

Fernando Encarnação disse...

Boas Pedro.

Aspirante não, ex - pirata!

Sim sem duvida o safio estava muito bom, mas o polvo acho que ainda estava melhor...

Claro está que a malta vai se lembrando do pessoal, pena foi é ter sido para a noite e no dia seguinte trabalhava-se, senão a malta tinha aguentado lá mais um pouco.

Abraço.

Fernando Encarnação disse...

Boas Caparica!

É verdade posso considerar-me um privilegiado por viver nesta zona...

Grande abraço!

xandre disse...

Para próxima já sabes posso contribuir com o grão.
De Lisboa a Odemira é um saltinho.

Abraço
xandre

Fernando Encarnação disse...

Boas Xandre.

Para a próxima estás convocado, se soubesse que vinhas este fds tinha aguentado o bicho mais uns dias...

Abraço.