Alentejo continua à espera de três radares



O Sistema Integrado de Vigilância e Controlo Costeiro (SIVICC) da GNR já não deverá chegar a tempo de estar concluído até Agosto, o prazo previsto pelo Governo, deixando O Litoral Alentejano reduzido a apenas um radar, localizado no Sabo Sardão, próximo da Zambujeira do Mar.

A costa alentejana espera por três equipamentos, que serão erguidos em terrenos privados, não havendo ainda dinheiro para os comprar.

Segundo apurou o “Diário do Sul”, há dúvidas sobre a concretização do plano até à próxima época balnear, sobretudo devido à falta de verbas que inviabilizam o avanço deste sofisticado equipamento. Recorde-se que o SIVICC permite uma extensa cobertura costeira, numa uma área entre a linha da costa e uma distância de 24 milhas náuticas (um total de 43,8 quilómetros).

Daí que os radares previstos para a Ponta da Galhofa (Odemira), Santo André (Santiago do Cacém) e Comporta (Grândola), que em Março foram anunciados para Agosto, estejam na eminência de voltar a ser adiados. Estes três postos deveriam ter começado a funcionar em Março, mas as negociações com os proprietários dos terrenos – geridos por sociedades turísticas – viriam a mergulhar num impasse após a demissão do director de Infra-estruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna no final do ano passado. Contudo, a questão da propalada crise também não favoreceu as negociações.
Recorde-se que em Março, como o “Diário do Sul” avançou, o MAI garantia que em Agosto deveria estar concluída a segunda fase do projecto, embora já com seis meses de atraso. Isto, depois de em Novembro de 2010 o antigo sistema de vigilância costeira da GNR ter sido desligado.

Quanto aos efeitos deste atraso, Pedro Costa Lima, porta-voz da GNR, assegura que mesmo sem o sistema de radares a funcionar a cem por cento, «a vigilância da costa portuguesa está assegurada», admitindo ainda que “não é associável a quebra de apreensões de droga de 2008 com o menor número de radares”. Além disso, acrescenta o mesmo porta-voz, o sistema SIVICC “não pode ser visto de uma forma isolada. É um sistema complementar, que está a ser testado e afinado.”

Nas últimas duas semanas decorreram provas de mar em Sines no seguimento de embarcações. A Unidade de Controlo Costeiro da GNR tem em operação cerca de dez câmaras térmicas de longo alcance, distribuídas pelo distrito, sendo que a prioridade das forças de segurança recai sobre as zonas identificadas como “áreas de desembarque” onde surge a Costa Vicentina como principal prioridade. O próprio MAI garante que “nunca esteve em causa o controlo da costa nas áreas mais afectadas pelo fim dos meios tecnológicos.”

O único radar que assegura a vigilância da frente marítima no Litoral Alentejano tem a torre do controlo erguida no Cabo Sardão, na Zambujeira do Mar, vindo assim substituir o velhinho sistema LAOS, já obsoleto, de imagens pouco nítidas e a preto e branco. O designado Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC) capta a cores e permite observar todos os movimentos da costa até às 12 milhas territoriais portuguesas.

A nova tecnologia possibilita um maior eficaz combate ao crime, como tráfico de droga, a identificação de situações de imigração clandestina, ou exercício de pesca em locais onde esta actividade é proibida. O SIVICC, que opera 24 horas diárias, permite também controlar qualquer ataque ambiental em alto mar, como, por exemplo, a lavagem clandestina de tanques onde são transportadas matérias perigosas.

Outra ajuda preciosa do novo sistema surge ao nível das câmaras térmicas portáteis usadas em operações de rotina com a Unidade de Controlo Costeiro da GNR.

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