A 2 de Maio, Sábado, na Associação Cultural Recreativa da Zambujeira do Mar, reuniram-se algumas dezenas de habitantes, entre os quais numerosas mulheres e representantes da Junta de Freguesia, com vista à preparação da manifestação convocada para as 16 horas do dia 14 de Maio em Vila Nova de Milfontes, pelas Comissões de Pescadores e Populações da Costa Vicentina.
As mulheres da Zambujeira, que sempre estiveram na primeira linha deste combate forma muito participativas. Graciete Dias, disse em alto e bom som: «Estou aqui, fui a Odemira, fui a Lisboa, vou onde for preciso quando luto pela minha vida; as reformas são baixas, precisamos do mar para sobreviver».
Fátima Sarguinho, filha, neta e irmã de mariscadores, veio do Almograve lembrar também as dificuldades dos pescadores artesanais. Foi acordado inserir na carta da convocatória as revindicações deste sector, que deveria ser acarinhado numa costa como a nossa e que tem vindo a ser encostado.
«Atiraram-me para o mar aos 12 anos para dentro de um barco trabalhar em vez da escola e agora aos 70 anos impedem-me de lá ir» exprimiu-se António Dias. Zé Pacheco expôs a ridículo de um defeso que só penaliza a pesca de cana e exigiu, caso se mantenha algum defeso, que exista apoio neste período aos pescadores artesanais ou então que não se lhe chame defeso: «Não é defeso nenhum é proibição de pescar à cana!»
A Junta de Freguesia fez chegar á comissão, através do presidente Hélder Ledo, todo o apoio necessário, nomeadamente em termos de transporte. A população decidiu a colocação de faixas e a mobilização com altifalantes, bandeiras negras e bandeiras nacionais, sendo que neste aspecto a Zambujeira dispensa lições, pois no passado esteve sempre na vanguarda de todas as lutas.
Fonte: Comissões de Pescadores e População
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