Plano Mar Limpo
O cenário do exercício foi inspirado num acidente real ocorrido em 1989 à entrada do porto de Sines com o petroleiro Marão. Recorde-se a propósito que este acidente ocorreu em plena época balnear provocando um derrame de crude, que para além de consequências nefastas para o meio ambiente provocou sérios danos na economia da região.
Em 9 de Maio o navio tanque “Baleia Branca” procedente do Médio Oriente carregado com 130 000 tons de “Iran heavy crude” ao efectuar a aproximação do Terminal Petrolífero do Porto de Sines, debaixo de cerrado nevoeiro, embateu na cabeça do molhe Oeste tendo sofrido dois rombos abaixo da linha de água na zona do encolamento, os quais afectaram os tanques de BB nºs 1 e 4.
Supostamente, foram derramadas 4 875 tons de produto, pelo que foi considerado que o acidente atingiu o Grau 2 previsto no PML, passando pois a coordenação das operações a ser da responsabilidade directa do Chefe do Departamento Marítimo do Centro, conforme prevê aquele Plano.
- Zona 1 – Lagoa de St. André
- Zona 2 – Praia da Lagoa de Melides
- Zona 3 – Praia de S. Torpes
- Zona 4 – Praia das Furnas
- Zona 5 – Porto de Sines
De imediato, após dado o alarme, foi constituído um Centro de Operações que coordenou as seguintes acções:
- Operação de evacuação de feridos
- Reconhecimento da mancha.
- Operação de recolha dinâmica no mar.
- Operação de recolha dinâmica no interior do Porto de Sines.
- Operação de recolha e limpeza do litoral (Praias).
Foram ainda simuladas operações de protecção de zonas sensíveis, contenção e recolha de produto e limpeza de praias nas zonas costeiras supostamente afectadas. Para esta acção o SCPM contou com a colaboração de meios materiais e humanos afectos aos Serviços Municipais de Protecção Civil dos municípios afectados.
Em todo o exercício foi notória a franca colaboração entre os diversos organismos envolvidos, tal como prevê o Plano Mar Limpo (Autoridade Marítima, Exército, Força Aérea, Forças de Segurança, Autoridade Portuária e Serviços Municipais de Protecção Civil). Colaboraram ainda diversas corporações de Bombeiros Voluntários e Empresas Privadas.
Como inovação relativamente aos exercícios anteriores, foram constituídos Grupos de Trabalho (Tipo Mesa Redonda) com a presença de peritos na matéria (nacionais e estrangeiros), que debateram os seguintes temas:
- Recuperação de organismos (fauna e flora) contaminados pela mancha;
- Gestão dos resíduos/Utilização de dispersantes;
- Armadores/Carregadores: questões legais, técnicas e operacionais.
No final os comentários eram unânimes em considerar que o exercício atingiu plenamente os objectivos, não ficando nada a dever aos exercícios semelhantes que se vão realizando nos outros países membros do Acordo de Lisboa (França, Espanha e Marrocos).
Vasco Galvão
CTEN
(Colaborador do CILPAN)
E quem os fiscaliza?
O MAI - Ministério da Administração Interna; MAP - Ministério da Agricultura e Pescas, MA - Ministério do Ambiente, Ministério da Economia ou Ministério da Defesa?
Pelo exemplo acima será o Ministério da Defesa (Marinha), mas porque será que não se continuou a praticar estes simulacros de sensibilização e operacionalidade?
Estaremos à espera de outro Marão?
Todo o impacto de uma situação destas será catastrófica em termos ambientais, económicos e sociais e disso todos nós sabemos e temos consciência, resta saber se todos nos estaremos preparados para uma situação deste tipo.
2 comentários:
É com satisfação que respondo ao texto acima, informando que houve já três simulacros depois de 28-Jul-08: "Darque 2008", 16-17 Set em Viana do Castelo; "Austral 2008", 17-18 Nov na Salema; e o sub-cenário 4C do PROCIV IV em 23-Nov no rio Tejo junto ao Barreiro.
Jorge Silva Paulo
CMG
Chefe do Serviço de Combate à Poluição do Mar por Hidrocarbonetos
Direcção-Geral da Autoridade Marítima
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