Olhar sobre a actualidade

A pesca em Junho esta a ser feita à base de sargos de pequeno porte, boas douradas e alguns robalos que abandonaram a dieta.

O peixe não tem encostado muito a terra, apenas as sarguetas juvenis peixe mais pequeno que permanece nas baías e em lavadiços com muito marisco, local que aproveitam para irem mariscando sem grandes problemas, junto das areias que estão a chegar à costa e que trazem muitos vermes, moluscos e pequenos crustáceos fonte de alimentação de muitas espécies.

A culpa talvez do peixe de bom porte não encostar é das enormes quantidades do "pilau" caranguejo que é um autentico manjar para estas espécies, que se tem encontrado em grandes quantidades no mar mais aberto, embora a flora marinha esteja completamente devastada devido ás grandes quantidades de ouriço do mar que pelos fundos se multiplica a uma velocidade espantosa, (curiosamente ainda se encontram actualmente ovados), as laminarias que num passado não muito distante abundavam nestas alturas são já uma espécie praticamente extinta desta costa, o que não trás bom presságio, uma vez que eram uma fonte de abrigo e alimentação de um enorme numero de espécies, quer crustáceos, moluscos, de pequenos alevins e de grandes predadores

As areadas começam a chegar à costa e com elas espera-se que no próximo mês continuem por cá as douradas, robalos e os sargos de porte superior ao actual, embora com elas muitas das espécies que se fixaram às falésias, caneiros e pedras ilhadas sofram com o sufoco das areias.

6 comentários:

Anónimo disse...

Boas

Finalmente vejo alguém a reparar numa coisa que já há algum tempo me intriga imenso! Apesar dos meus 18 anos e da minha ainda curta vida de pesca, e de apenas ir para o rogil, terra dos meus avós, muito espaçadamente, uma das coisas que me lembro muito bem são as tais algas muito compridas que desapareceram do "mapa" desde há 5 anos para cá! Lembro-me que foi 2003 o último ano que vi essas algas, por sinal, com bastante abundância. Foi um ano em que as praias não chegaram a arear no verão ( por ex, a vale dos homens nem local para estender a toalha tinha, praticamente, o que é raro naquela altura do ano). O que é certo é que a partir dessa altura, nada. Será motivado pelo facto de nos ultimos anos terem as praias estado muitissimo areadas?
Também algo coincidente com essa altura, também noto que o número de burros(bodiões) capturados também diminuiu imenso. Será uma consequência deste desaparecimento? Estarão as algas mesmo extinguidas na zona, poderão voltar a aparecer?

Eu pessoalmente olho com alguma apreensão para este assunto, e gostaria de saber as vossas opiniões. Parabéns, já agora, pelo aniversário do blog, e que tenha muitos mais.

Cumprimentos, Jorge

Fernando Encarnação disse...

Boas Jorge.

Felizmente não sou o único a reparar neste aspecto, muita gente o faz principalmente nesta zona...

As tais algas muito grandes são as laminarias, não tenho bases cientificas para comprovar nada muito menos acusar alguém, mas o tempo que passo junto ao mar, falésias, debaixo de água ou em cima da rocha tenho reparado na extinção dessas mesmas, existe a forte possibilidade da zona Industrial de Sines estar a originar danos severos na fauna e flora por causa das correntes maritimas e ventos, outra das grandes hipoteses são originarias das Explorações de Agriculturas Intensivas dos nossos "vizinhos" da UE que veem neste litoral condições para desenvolvimento agricula em plena area dunar ou limitrofe, o uso de produtos quimicos está mais do que provado, só não entendo é a falta de fiscalização dos mesmos por parte do ICNB.

Ainda gostava de ver os resultados das analises às águas residuais dessas explorações ou ás zonas onde essas mesmas águas vão desaguar ao mar.

Se reparares Jorge não é só nas praias que não existem essas algas, nem nas zonas rochosas elas existem, estive na semana passada perto da Zambujeira do Mar a mergulhar e não vi literalmente nem uma laminaria, apenas alga vermelha e muito, mas muito ouriço...

Será do Aquecimento Global?

Grande abraço Jorge e obrigado pelo comentário fico muito grato.

Anónimo disse...

Boas, Sargus

Há aqui coisas que não batem muito certo. Que eu saiba, a qualidade da água na costa vicentina é do melhor que há em portugal, o mesmo é atestado pelos resultados de análises á mesma pelo instituto que controla a sua qualidade. Inclusive, é a única zona que tem praias cujos resultados dão zero em todos os parametros. O mesmo não podemos dizer da zona de sines, mas isso já é assim há vários anos. Pode é haver a possibilidade de que certos quimicos presentes na agua afectem apenas as algas, por serem muito sensíveis. Parece-me mais provavel até os quimicos da agricultura serem transportados pela agua dos barrancos, muito frequentes nessa zona, mas, mais uma vez, não seriam detectados pelas análises? Quanto á areia, há certas praias, como a vale dos homens, que justificam talvez o desaparecimento das algas por essa razao, pois ultimamente nem no inverno a praia desareia completamente, mas tens razao, apesar de ter visto no verão passado areia em sitios que nunca tinha visto antes, ha locais que nunca são areados e as algas desapareceram á mesma, por isso essa hipotese está excluida.
Só pode ser a poluição na água. Mas ninguém a detecta, até para se fazer alguma coisa? Ninguém ainda tentou estudar este assunto, tentar saber as causas, principalmente os protectores do ambiente?

Abraço, Jorge

Fernando Encarnação disse...

Boas Jorge,

"Há aqui coisas que não batem muito certo? Que eu saiba, a qualidade da água na costa vicentina é do melhor que há em portugal, o mesmo é atestado pelos resultados de análises á mesma pelo instituto que controla a sua qualidade."

Será?

Então a água que sai das agriculturas vai para onde? São ou não são utilizados produtos químicos nessas produções?

Se calhar existem interesses para que esses resultados não acusem nada, digo eu...

Houve uma altura do ano passado que muito peixe era capturado cego, por aqui e pela zona de Sines.

Infelizmente as laminarias tem desaparecido não apenas daqui mas de toda a zona litoral.

"As espécies mais facilmente encontradas nas costas de Portugal continental caracterizam-se por exigirem luz em quantidade e qualidade (fotofilia), assim como a exposição a correntes fortes e a ondulação. Por essa razão, é raro observá-las para além dos 30m, sendo o seu limite de penetração em profundidade utilizado na demarcação do andar infralitoral."

Estudos existem, agora preocupações não me parece...

Abraço.

Anónimo disse...

Caro Sargus
Encontrei um site que não esclarece a 100% mas debate o tema do desaparecimento das laminárias. Penso que poderá ser interessante, tendo em conta o assunto que já discutimos aqui.

Abraço, Jorge

http://www.consultorioct.mct.pt/?&accao=resposta&questao=587&id_tema=117

Anónimo disse...

Peço desculpa, mas visto que o endereço do site ficou cortado, envio-o de novo, agora em duas linhas:

http://www.consultorioct.mct.pt/?&accao=resposta&
questao=587&id_tema=117