Deserto no fundo dos mares

Segundo uma noticia avançada pelo jornal diário Correio da Manhã muitas espécies que habitam os mares não estão a conseguir suportar as variações de temperatura que o aquecimento global tem vindo a gerar gradualmente.

Aquecimento global reduz oxigenação

O período analisado pelo grupo de alemães e norte-americanos coincide com um aquecimento médio substancial dos oceanos. Resumidamente, com mais calor no sistema, a absorção de oxigénio pelos oceanos a partir da atmosfera fica prejudicada. “A redução dos níveis de oxigénio pode ter consequências dramáticas para os ecossistemas e as economias costeiras’’, avalia o pesquisador da Alemanha.Além do oxigénio, os organismos marinhos podem ficar também sem nutrientes, em algumas regiões, por causa do aquecimento global.

Outros estudos já publicados recentemente dão conta de que a mudança no padrão de distribuição dos ventos, associada ao aquecimento da atmosfera, está influenciado a vida dos microrganismos marinhos.Na costa oeste dos Estados Unidos, por exemplo, um simples atraso na chegada dos ventos da estação primavera, durante um curto período, alterou totalmente a disponibilidade de nutrientes para alguns grupos de invertebrados.

A quantidade de moluscos capturados em áreas do litoral da Califórnia, por exemplo, nessa época, caiu 83%.O aumento da temperatura média do Planeta Terra está a ter consequências também no fundo dos oceanos. Investigadores alemães, da Universidade de Kiel, registaram o desaparecimento de muitas espécies e a morte de grandes áreas de coral nas regiões tropicais dos oceanos.

A causa para esta catástrofe ambiental é a diminuição da concentração de oxigénio junto ao leito dos oceanos, afastando qualquer hipótese de existência de vida. Lothar Stramma, responsável por esta investigação, recolheu dados ao longo de 50 anos, constatando uma relação directa entre o aumento da temperatura e a diminuição dos níveis de oxigénio no fundo dos Oceanos Atlântico e Pacífico.

A cerca de 700 metros de profundidade, a diminuição do oxigénio é de 0,09 a 0,34 micromoles (unidade de quantidade em química) por cada quilo durante um ano. Esta não é a primeira vez que se verificou uma redução do oxigénio nos oceanos.

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Este mesmo estudo aponta significativamente que a falta de oxigénio nos mares aumentou nos últimos 50 anos, sendo o oxigénio sinonimo de vida, a identificação de cinco zonas oceânicas com pouca quantidade desse gás, principalmente na faixa tropical do planeta estando muitas barreiras de coral em perigo de desaparecerem. A isto podemos concluir que o aquecimento global origina o desequilíbrio ecológico.

Segundo os cientistas as áreas pobres em oxigénio, numa faixa que varia de 300 a 700 metros de profundidade dos oceanos, sofreram uma expansão vertical expressiva nos últimos 50 anos, esses verdadeiros desertos oceânicos juntos representam uma área de aproximadamente mais de um milhão de quilómetros quadrados.

O caso mais grave, segundo Lothar Stramma, autor principal do estudo e pesquisador da Universidade de Kiel, na Alemanha, é o do Atlântico tropical que entre 1960 e 2006, a camada de água com pouco oxigénio aumentou 85%, se nos anos 1960 ela tinha 370 metros de espessura, há dois anos ela cresceu para 690 metros. Todas as alterações do nível de oxigénio foram identificadas em zonas mais fundas, e não perto da superfície do mar.

Segundo afirmações de Lothar Stramma, “Existe uma grande chance de essa expansão das chamadas zonas mortas estarem relacionadas com as mudanças climáticas’’; “Os modelos matemáticos apontam para isso’’; “A nossa série de dados mostra que o declínio na concentração de oxigénio tem sido mais intenso no oceano Atlântico’’; “O que significa que existe um potencial maior de crescimento dessas zonas sem oxigénio para os próximos anos no Atlântico”; “Já começamos novos estudos”.

Além do Atlântico, outras expansões verticais importantes das áreas com pouco oxigénio ocorreram na zona equatorial do oceano Pacífico.

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