Programa GelAvista


O programa GelAvista tem como objetivo realizar uma monitorização dos gelatinosos a nível nacional, a longo prazo. Começo por apresentar-lhes os gelatinosos. Resumidamente, o grupo de gelatinosos é composto por uma grande variedade de espécies, muito diferente entre si, mas que partilham a sua propensão de criar blooms. Ou seja, devido ao seu complexo ciclo de vida, estes organismos têm uma capacidade de reprodução e crescimento muito rápidos, originando um aumento da abundância e biomassa. Apesar do reconhecimento da sua existência, estes organismos têm sido "ignorados" pela ciência em todo o mundo, devido à sua inerente dificuldade de recolha e estudo, bem como à errada noção de que não são importantes nos ecossistemas. No entanto, pensamos que poderá estar a verificar-se um crescimento no número de organismos gelatinosos que ocorrem na costa portuguesa, nos últimos anos, o que parece ter uma forte ligação com o aumento da população humana e consequentes efeitos antropogénicos no ambiente marinho. Entre estes, destacam-se as alterações climáticas através do aumento da temperatura dos oceanos, o excesso de pesca e a eutrofização.



Folheto participação na monitorização de gelatinosos do IPMA

Em Portugal pouco se sabe sobre a distribuição, diversidade e dinâmica das populações de organismos gelatinosos. Apesar da sua importância, os estudos existentes são poucos e localizados, não existindo um conhecimento científico geral a nível nacional. Para ajudar a colmatar esta lacuna, o programa GelAvista ambiciona envolver a população em geral na ciência, através da sua participação com informação que vai ser importante para adicionar aos restantes dados que são obtidos nos projetos científicos de maneira a aumentar significativamente o conhecimentos destes organismos, especialmente no contexto atual das alterações climáticas.

Os primeiros resultados significativos que esperamos obter estão naturalmente ligados aos objetivos de estudo. Com este programa, juntamente com outros programas de monitorização do IPMA, pretendemos responder a várias perguntas que irão sendo esclarecidas ao longo do tempo: Qual é a diversidade específica? Qual é a distribuição de cada espécies ao longo da costa portuguesa? Qual é a sua dinâmica sazonal? Quais os potenciais impactos na cadeia trófica? Para responder a estas questões necessitamos de dados a longo prazo de modo a obter resultados significativos e conclusões sustentadas.

Folheto o que fazer caso seja picado protocolo geral

Desde o lançamento do programa (Fevereiro 2016), já recebemos mais de 200 avistamentos em toda a costa portuguesa. Contudo, existem zonas do país, nomeadamente no litoral alentejano em que temos uma lacuna de observações. Penso que a contribuição para a compreensão deste fenómeno terá um grande interesse também para o Município de Odemira, uma vez que as atividades económicas sobre as quais estes blooms de gelatinosos têm maior impacto são o turismo e a pesca. Portanto, é do interesse geral que este fenómeno seja conhecido e estudado, de forma a controlar e tentar mitigar os possíveis efeitos.

Folheto informativo o que são organismos gelatinosos

O que gostava então de pedir-vos, era que divulgassem aos vossos munícipes, o programa GelAvista e fizessem um apelo para que estes registem os avistamentos de gelatinosos e enviem a informação para o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Basta enviar a informação dos avistamentos, ou a sua ausência, para o email do projeto, plancton@ipma.pt. Neste, deve-se incluir dados sobre a data, local, número de organismos observados e ainda uma fotografia dos mesmos, sempre que for possível.

Caso pretenda obter mais informações sobre o programa disponham e estamos no Facebook na página do GelAvista: https://www.facebook.com/GelAvista-1040242599378331/

guida.camacho@ipma.pt

Departamento do Mar e Recursos Marinhos (DMRM)
Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. (IPMA)
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+351 213027049 / 213027000 (ext. 1249)
 

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