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Euphoria da Vega de 8 metros e o resultado de mais uma jornada |
Esta técnica esta mais que debatida mas continuam a existir opiniões sobre a
mesma, na pesca direita não usamos carreto nem passadores, normalmente o
tamanho ideal para esta vara é de 8 a 9 metros, de preferência leve e
resistente, em termos de características, na minha humilde opinião, poderemos chamar de muito positivas:
- Um método de pesca rápido, preciso e silencioso
- Uma sensibilidade ao toque superior a qualquer outro tipo de pesca
- Conseguimos pescar em pouca água e ir à particularidade de colocar a isca em fendas
- Conseguimos acompanhar a isca na subida e descida na ondulação
- Permite-nos afastar da zona de pesca tornando-nos invisíveis ao peixe
E menos positivas (nunca negativas):
- Em dias de vento é muito difícil utilizar esta técnica
- Vara não equilibrada pela ausência de carreto, logo exige mais esforço físico o que se poderá traduzir em algum desgaste físico em dias de boas capturas
- Quando ferramos um exemplar de grande porte, como por exemplo, um robalo ou dourada, podemos não conseguir trabalha-lo de forma a limitar as suas primeiras investidas e acabamos por perder o peixe do ano
- Teremos de utilizar uma linha mais forte, normalmente entre o 0.28 e o 0.33.
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Uma das mais valias desta técnica distancia do pescador e precisão na colocação da isca |
Quando pescamos com canas directas, fazê-mo-lo porque o peixe esta a comer a um palmo ou dois de água, ou porque o colocamos a comer num determinado local pela acção do engodo.
O afastamento mais que recomendável da linha de água tem a ver com a visibilidade do pescador ao peixe, que poderá deixar de comer pela desconfiança, ao observar movimentações acima da linha de agua, principalmente se usarmos roupas claras.
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Sargos os principais alvos desta técnica |
Limita a acção de pesca, mas quem usa canas directas não necessita de mobilidade, pois a mobilidade do peixe acima das 4 horas de enchente dita o sucesso deste método de pesca, ou a acção bem executada da engodagem. Em suma, não andamos à procura de peixe, trazemos o peixe ate o local onde pretendemos pescar pela acção do engodo, isso sim um factor que dita o sucesso desta técnica de pesca o engodo.
Nesta técnica ao não dispormos de carreto teremos de colmatar este factor minimamente, e como o fazemos? Aumentamos o diâmetro da madre, isto é, o diâmetro do fio que colocamos desde a ponteira da cana até, sensivelmente dois a três palmos do fim da cana, esta distância serve para quando ferramos um exemplar o seu peso e a curvatura da cana não causarem dificuldades na recuperação. Já presenciei a captura de robalos de grande porte em acção de pesca directa, com o 0.31/0.33.
Já pesquei com 0.33 e em nada interfere no sucesso desta técnica de pesca, como já referi, pesca se em pouca agua, em zonas de forte oxigenação coincidentes com zonas fortemente habitadas por marisco e ondas o vai vem da ondulação provoca uma cortina de abrigo aos sargos o diâmetro do fio não interfere muito nas capturas (desde que não seja excessivo). Já em aguas mais abertas isso é um factor determinante para o sucesso.
Não existe comparação significativa actualmente pois com a evolução do material, podemos dispor de uma cana de 7 metros, com passadores e com um carreto tamanho 3000 que nos dá margem de manobra para pescarmos directo, à chumbadinha ou à bóia. Pessoalmente continuo a usar as canas de pesca direta em determinados pesqueiros e em determinadas condições, a tradição ainda é o que era…
Como nota final, esta tecnica pode ser utilizada só ou em conjunto com boia e chumbadinha, nada nem ninguem nos obriga a exercermos apenas uma tecnica. Outro ponto que deveremos ter em atenção é o dominio de varias tecnicas como um processo evolutivo, pois cada tecnica tem os seus pontos vantajosos mediante as condições do mar, exemplares alvo, condições climatericas, epoca do ano, iscas a utilizar, caracteristicas do pesqueiro e fundos, etc
1 comentário:
Boas Fernando,
Em tempos idos pesquei muito directo com canas da índia/bambu e não me parece que hoje em dia o peso/comprimento da cana seja um factor negativo. As pessoas é que se habituaram a pescar cada vez menos com peso nas mãos...
Outro factor que consideras negativo e que a mim e ao peixe não nos atormenta é o facto de pescarmos com sedas grossas. Se fosse, p.e., à bóia onde o estralho pode ter 5, 6 ou mais metros na vertical ainda vá que não vá, agora estamos a pescar com 2 ou 3m de estralho por isso penso que não afecta em nada o peixe.
Quanto ao resto, estou plenamente de acordo contigo e fico contente por ver que essa técnica continua viva nessa região uma vez que pelo resto do país já são poucas as pessoas que a praticam, à excepção de alguns pescadores mais idosos.
Saúde, da boa! ; ))
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